Letra e música de José Gonçalez
Repertório de José Gonçalez com José Cid
Quando eu voltar p'ra trás, quero sentir
Que sempre fui capaz de permitir
Que aqueles que de mim quiseram bem
Tiveram o melhor que pude dar;
Sabendo eu que recebi também
O melhor que tinham p'ra me dar
Os anos passam sem pedir nada a ninguém
E quando passam, nem perguntam se estás bem
E quando tentas perceber o que passou
É quando inventas a saudade que chegou
E depois lembras aqueles que chegaram
E também lembras aqueles que partiram
E se uma lágrima salgar esse teu riso
É essa lágrima a luz do teu sorriso
Se o teu cabelo te mostrar que já não és
Esse garoto que já teve o mundo aos pés
Solta o novelo, deixa o fio desenrolar
Um pano roto mostra que se soube usar
Lembra a criança dos teus dias felizes
Tens a herança nas tuas cicatrizes
Não te demores nas lembranças de algum mal
Guarda as melhores para o teu encore final
Fado alegre do Alentejo
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Um olhar breve sobre os campos
Que terra é esta que se avizinha?
Promessa-flor à beira-estrada
Caricia suave de ligeira brisa
0 escuro fresco dos sobreiros
Tanto doirado a pintar o chão
Castelo e vila, castro e aldeia
No horizonte cabe todo o céu
E andar pelas searas
Sob a luz do pôr-do-sol
Risos brancos como as casas
Risos que sabem a sal;
Azul-céu, azul na onda
Azul-noite como breu
Um sentir calmo e profundo
Alentejo que é tão meu
Um beijo doce à tardinha
Tão bom o encontro
Depois dum adeus
Amar de novo amor antigo
Sentir ainda tudo, tudo, tudo, por fazer
Vem vida nova aos meus olhos
Se toco a terra co’a minha mão
Ó meu amor, meu Alentejo
Lava a tristeza do meu coração
Repertório de Marta Dias
Um olhar breve sobre os campos
Que terra é esta que se avizinha?
Promessa-flor à beira-estrada
Caricia suave de ligeira brisa
0 escuro fresco dos sobreiros
Tanto doirado a pintar o chão
Castelo e vila, castro e aldeia
No horizonte cabe todo o céu
E andar pelas searas
Sob a luz do pôr-do-sol
Risos brancos como as casas
Risos que sabem a sal;
Azul-céu, azul na onda
Azul-noite como breu
Um sentir calmo e profundo
Alentejo que é tão meu
Um beijo doce à tardinha
Tão bom o encontro
Depois dum adeus
Amar de novo amor antigo
Sentir ainda tudo, tudo, tudo, por fazer
Vem vida nova aos meus olhos
Se toco a terra co’a minha mão
Ó meu amor, meu Alentejo
Lava a tristeza do meu coração
Por muito que me revolte
Mário Rainho / José Joaquim Cavalheiro Jnr *fado menor do porto
Repertório de Soraia Cardoso
Repertório de Soraia Cardoso
*P'ra onde quer que me volte*
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Imagem que me enlouquece
Como um louco no deserto
Que do nada me aparece
E tão distante é tão perto
Vejo-te envolto em poeira
Ou transparente cristal
E a loucura é mais inteira
0 sonho quase real
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Título deste tema na gravação de António Zambujo
na música do Fado Vianinha
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Imagem que me enlouquece
Como um louco no deserto
Que do nada me aparece
E tão distante é tão perto
Vejo-te envolto em poeira
Ou transparente cristal
E a loucura é mais inteira
0 sonho quase real
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Quase fado
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Um dia quis cantar o fado
Que ao peito apetecia
Mas logo o senhor do lado
Me disse que eu não podia
Olhando-o bem de frente
Perguntei admirada
Terei garganta diferente
Doutra garganta afinada?
Disse ele então que o fado é destino
É dor com hora marcada
Disse ele que o fado é destino
É dor com hora marcada;
E disse ainda que só é fadista
Quem traz a dor escriturada
Fiquei triste nesse dia
Fui p’ra casa meditar
Tinha na alma a tristeza
Daquela que faz chorar
Enquanto nisto penava
Quase sem eu reparar
Abro a boca solto a voz
Lá vem o fado a saltar
Repertório de Marta Dias
Um dia quis cantar o fado
Que ao peito apetecia
Mas logo o senhor do lado
Me disse que eu não podia
Olhando-o bem de frente
Perguntei admirada
Terei garganta diferente
Doutra garganta afinada?
Disse ele então que o fado é destino
É dor com hora marcada
Disse ele que o fado é destino
É dor com hora marcada;
E disse ainda que só é fadista
Quem traz a dor escriturada
Fiquei triste nesse dia
Fui p’ra casa meditar
Tinha na alma a tristeza
Daquela que faz chorar
Enquanto nisto penava
Quase sem eu reparar
Abro a boca solto a voz
Lá vem o fado a saltar
Alentejo, um ar de festa
Letra e música de José Gonçalez
Repertório do autor com Vitorino
Trago aqui
Amarrada na garganta
A saudade que desponta
Dessa lonjura de ti
Este meu canto
Que me deixa a alma nua
Tem a dor que se insinua
Por viver longe de ti
Meu Alentejo
Quanta mágoa é desejo
P'ra deixar em cada beijo
Quando a voz se faz cantiga
E a primavera
Vai deixando sempre à espera
A papoila da quimera
Na planície mais antiga
Sobre o teu campo
Andam centos de pardais
A naufragar nos trigais
A roubar os grãos de trigo
E em cada sombra
Mora sempre um ar de festa
Que me envolve em cada sesta
E me faz sonhar contigo
Meu Alentejo
Morro sempre no teu beijo
Quando este se faz desejo
Na saudade que me invade
E o horizonte
Que se esconde atrás do monte
Adormece em cada fonte
Ao cair de cada tarde
Talvez nem saibas
A tristeza que adivinhas
Sempre que as andorinhas
Se despedem do teu sol
E p’lo montado
Ficam marcas do seu pranto
Que se vestem como canto
No trinar dum rouxinol
Meu Alentejo
Vou deixar este meu beijo
Como marca de desejo
Dos meus olhos feitos d’água
Talvez um dia
Possa ainda a alegria
Ser maior que a nostalgia
P’ra afogar a minha mágoa
Repertório do autor com Vitorino
Trago aqui
Amarrada na garganta
A saudade que desponta
Dessa lonjura de ti
Este meu canto
Que me deixa a alma nua
Tem a dor que se insinua
Por viver longe de ti
Meu Alentejo
Quanta mágoa é desejo
P'ra deixar em cada beijo
Quando a voz se faz cantiga
E a primavera
Vai deixando sempre à espera
A papoila da quimera
Na planície mais antiga
Sobre o teu campo
Andam centos de pardais
A naufragar nos trigais
A roubar os grãos de trigo
E em cada sombra
Mora sempre um ar de festa
Que me envolve em cada sesta
E me faz sonhar contigo
Meu Alentejo
Morro sempre no teu beijo
Quando este se faz desejo
Na saudade que me invade
E o horizonte
Que se esconde atrás do monte
Adormece em cada fonte
Ao cair de cada tarde
Talvez nem saibas
A tristeza que adivinhas
Sempre que as andorinhas
Se despedem do teu sol
E p’lo montado
Ficam marcas do seu pranto
Que se vestem como canto
No trinar dum rouxinol
Meu Alentejo
Vou deixar este meu beijo
Como marca de desejo
Dos meus olhos feitos d’água
Talvez um dia
Possa ainda a alegria
Ser maior que a nostalgia
P’ra afogar a minha mágoa
Cavalo Morzelo
Vasco Telles da Gama / Jorge Ganhão
Repertório de Eduardo Falcão
Eu tenho um lindo Morzelo
De negra cor é seu pelo
E é bonito a galopar
Garboso como um sultão
Tão veloz como um trovão
Parece saber dançar
Fui com ele certo dia
À famosa romaria
Da Senhora de Alcamé
E ali junto à ermida
Numa festa bem garrida
Fez a profissão de fé
Após ser abençoado
Galopou atrás do gado
Pela lezíria do Tejo
E durante aquele dia
Descobriu com alegria
Como é lindo O Ribatejo
Hoje se não corre lebres
Não toureia ou galga sebes
Até parece que chora
E é sempre com altivez
Que mostra ser português
Meu cavalo cor de amora
Repertório de Eduardo Falcão
Eu tenho um lindo Morzelo
De negra cor é seu pelo
E é bonito a galopar
Garboso como um sultão
Tão veloz como um trovão
Parece saber dançar
Fui com ele certo dia
À famosa romaria
Da Senhora de Alcamé
E ali junto à ermida
Numa festa bem garrida
Fez a profissão de fé
Após ser abençoado
Galopou atrás do gado
Pela lezíria do Tejo
E durante aquele dia
Descobriu com alegria
Como é lindo O Ribatejo
Hoje se não corre lebres
Não toureia ou galga sebes
Até parece que chora
E é sempre com altivez
Que mostra ser português
Meu cavalo cor de amora
Ser tudo para ti
Letra e música de Tozé Brito
Repertório de Sara Paixão
Nunca pensei chegar
Tão tarde à tua vida
Sempre te procurei
Sempre andei perdida
Mas tinha por destino
0 meu lugar aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Agora que cheguei
Só quero estar contigo
Na festa de um abraço
Ser o teu abrigo
Esquecer malas, viagens
Pertencer aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Ser amor enquanto o amor durar
E mais que ser amor… saber amar
Ser sombra do teu corpo até ao fim
És tudo para mim
E agora que cheguei
Perder-me aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Repertório de Sara Paixão
Nunca pensei chegar
Tão tarde à tua vida
Sempre te procurei
Sempre andei perdida
Mas tinha por destino
0 meu lugar aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Agora que cheguei
Só quero estar contigo
Na festa de um abraço
Ser o teu abrigo
Esquecer malas, viagens
Pertencer aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Ser amor enquanto o amor durar
E mais que ser amor… saber amar
Ser sombra do teu corpo até ao fim
És tudo para mim
E agora que cheguei
Perder-me aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Prece poética
José Fernandes Castro / José António Sabrosa
Repertório de Luís Pinto
Cada vez faz mais sentido
Todo este tempo vivido
Dentro da alma do fado
Horas de amor intensivo
Mantendo vivo, bem vivo
Este sonho abençoado
Sonho que ao vir até mim
Me fez viver num jardim
De palavras com memória
Cada rima era uma flor
Cada poema, um amor
Cada fado, uma vitória
Com o passar da idade
Foi aumentando a saudade
Como a todos acontece
Com o tempo decorrido
Cada vez faz mais sentido
Cantar em forma de prece
Repertório de Luís Pinto
Cada vez faz mais sentido
Todo este tempo vivido
Dentro da alma do fado
Horas de amor intensivo
Mantendo vivo, bem vivo
Este sonho abençoado
Sonho que ao vir até mim
Me fez viver num jardim
De palavras com memória
Cada rima era uma flor
Cada poema, um amor
Cada fado, uma vitória
Com o passar da idade
Foi aumentando a saudade
Como a todos acontece
Com o tempo decorrido
Cada vez faz mais sentido
Cantar em forma de prece
Fado do calha bem
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Calha bem
Vim aqui p’ra te dizer
Que eu sem ti não sei viver
Neste caminho apertado
Calha bem
Que o costume, afinal
É amar ao maquinal
Amar assim é pecado
Calha bem
Pensavas tu que sem mim
Viverias bem assim
Cada qual para seu lado
Calha bem
Entendeste a coisa e tal
Não vias bem afinal
Estavas algo perturbado
E agora sei
Que não vives tu sem mim
E se vives tu assim
Vivo eu mais descansada
Calha bem
Que o sentido desta vida
Tão incerta e indefinida
Acharemos lado a lado
Repertório de Marta Dias
Calha bem
Vim aqui p’ra te dizer
Que eu sem ti não sei viver
Neste caminho apertado
Calha bem
Que o costume, afinal
É amar ao maquinal
Amar assim é pecado
Calha bem
Pensavas tu que sem mim
Viverias bem assim
Cada qual para seu lado
Calha bem
Entendeste a coisa e tal
Não vias bem afinal
Estavas algo perturbado
E agora sei
Que não vives tu sem mim
E se vives tu assim
Vivo eu mais descansada
Calha bem
Que o sentido desta vida
Tão incerta e indefinida
Acharemos lado a lado
Condenação
Maria do Rosário Pedreira / Franklin Godinho
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho na vida um dilema
Um velho amor que é algema
Corda, corrente e prisão
E não querendo retomá-lo
Não sou capaz de calá-lo
Dentro do meu coração
Presa desse amor antigo
Eu tento, mas não consigo
Entregar-me a mais ninguém
Como se as minhas memórias
Matassem todas as histórias
Do futuro que aí vem
Sei que esse amor está esgotado
Que é tudo menos sensato
Ficar à sua mercê
Mas mesmo quando o desejo
Entristeço no seu beijo
E não entendo porquê
Quem me dera um grande amor
Que enfim, levasse a melhor
Sobre esta velha prisão
Ah, como é triste esta sina
Duma paixão que termina
Mas impede outra paixão
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho na vida um dilema
Um velho amor que é algema
Corda, corrente e prisão
E não querendo retomá-lo
Não sou capaz de calá-lo
Dentro do meu coração
Presa desse amor antigo
Eu tento, mas não consigo
Entregar-me a mais ninguém
Como se as minhas memórias
Matassem todas as histórias
Do futuro que aí vem
Sei que esse amor está esgotado
Que é tudo menos sensato
Ficar à sua mercê
Mas mesmo quando o desejo
Entristeço no seu beijo
E não entendo porquê
Quem me dera um grande amor
Que enfim, levasse a melhor
Sobre esta velha prisão
Ah, como é triste esta sina
Duma paixão que termina
Mas impede outra paixão
Fadinho do trânsito
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Hermínia
Comprei um carro fiquei tramada
Pois passo a vida a ser multada
Pró arrumar, ando e desando
Só há lugar, ai de contrabando
Temos buracos nas avenidas
Mas as paragens estão proibidas
Amigos meus isto está mau
Só temos multas a dar com pau
Só há apitos a cada momento
E não há parques de estacionamento
Há grandes bichas e o sinaleiro
Apita, apita, o dia inteiro
Todos se esforçam por ir na frente
E às vezes chamam nomes à gente
Mas se ao meu lado eles se demoram
Eu cá respondo, eles até coram
TEXTO FALADO
Já pensaram que o dinheiro que a gente gasta em gasolina
Repertório de Hermínia
Comprei um carro fiquei tramada
Pois passo a vida a ser multada
Pró arrumar, ando e desando
Só há lugar, ai de contrabando
Temos buracos nas avenidas
Mas as paragens estão proibidas
Amigos meus isto está mau
Só temos multas a dar com pau
Só há apitos a cada momento
E não há parques de estacionamento
Há grandes bichas e o sinaleiro
Apita, apita, o dia inteiro
Todos se esforçam por ir na frente
E às vezes chamam nomes à gente
Mas se ao meu lado eles se demoram
Eu cá respondo, eles até coram
TEXTO FALADO
Já pensaram que o dinheiro que a gente gasta em gasolina
à procura de lugar pró carro dava para construir os parques
de estacionamento subterrâneos e ainda sobrava alguma
prá inauguração com umas pinguinhas?
Não há cá túneis como na estranja
Andamos todos nervos em franja
Ninguém mais pára nesta cidade
Do tempo antigo temos saudade
Mas hoje temos tanta demora
Que era melhor o carro do Chora
Ai como eu sofro co’a baralhada
Comprei um carro e estou tramada
TEXTO FALADO
Por este andar, daqui a dois anos, se a gente quiser ir jantar
Não há cá túneis como na estranja
Andamos todos nervos em franja
Ninguém mais pára nesta cidade
Do tempo antigo temos saudade
Mas hoje temos tanta demora
Que era melhor o carro do Chora
Ai como eu sofro co’a baralhada
Comprei um carro e estou tramada
TEXTO FALADO
Por este andar, daqui a dois anos, se a gente quiser ir jantar
ao Quebra-Bilhas temos de largar da Mouraria antes do almoço
para chegarmos ao Campo Grande à hora do jantar
Requiem pelo rei
Vasco Telles da Gama / Júlio Proença *fado puxavante*
Repertório de Eduardo Falcão
O rei morreu, viva o rei
Noutro tempo se diria
Eu hoje nada direi
Porque é noite neste dia
O rei que hoje morreu
Na terra nunca reinou
Reinará, talvez, no céu
Aonde Deus o chamou
Junto a Cristal, por sinal
Será feliz certamente
Enquanto o seu Portugal
Agoniza lentamente
Mas embora agonizando
Quando o príncipe expirou
Ouviu a pátria chorando
Pelo rei que não reinou
Não sinto hoje alegria
Nem jamais perdoarei
Não se dizer neste dia
Que o rei morreu, viva o rei
Repertório de Eduardo Falcão
O rei morreu, viva o rei
Noutro tempo se diria
Eu hoje nada direi
Porque é noite neste dia
O rei que hoje morreu
Na terra nunca reinou
Reinará, talvez, no céu
Aonde Deus o chamou
Junto a Cristal, por sinal
Será feliz certamente
Enquanto o seu Portugal
Agoniza lentamente
Mas embora agonizando
Quando o príncipe expirou
Ouviu a pátria chorando
Pelo rei que não reinou
Não sinto hoje alegria
Nem jamais perdoarei
Não se dizer neste dia
Que o rei morreu, viva o rei
Destino meu
José Fernandes Castro / Júlio Proença *fado laiva*
Repertório de Rogério Lourenço
Tantos caminhos
Tanta estrada percorrida
Tantos espinhos
Que dão vida à própria vida
Tanta loucura
Em nome do mesmo amor
Jura por jura
Sonho por sonho maior
Destino meu
Guiado por mão perfeita
Com a saudade à espreita
Nessa esquina que dobrei
Destino meu
Que mesmo de rumo incerto
Faz o longe ser mais perto
Faz o amor ser mais lei
Pé ante pé
Passo de passo marcado
Meu fado é
Retrato do meu passado
Assim lá vou
Cumprindo na perfeição
Esta paixão
Que a vida me destinou
Repertório de Rogério Lourenço
Tantos caminhos
Tanta estrada percorrida
Tantos espinhos
Que dão vida à própria vida
Tanta loucura
Em nome do mesmo amor
Jura por jura
Sonho por sonho maior
Destino meu
Guiado por mão perfeita
Com a saudade à espreita
Nessa esquina que dobrei
Destino meu
Que mesmo de rumo incerto
Faz o longe ser mais perto
Faz o amor ser mais lei
Pé ante pé
Passo de passo marcado
Meu fado é
Retrato do meu passado
Assim lá vou
Cumprindo na perfeição
Esta paixão
Que a vida me destinou
Ventania
Francisco Guimarães / José Fontes Rocha
Repertório de Soraia Cardoso
0 vento tem duas penas
Com elas voo sem lei
E vão voando, serenas
Onde me levam não sei
E voa a todo o momento
0 vento, se o não parar
Mas fui de pedra e o vento
0 vento não quis voar
Tornei-me folha ao relento
Que cai mais leve no chão
Vou na cadeira do vento
E agora sou de algodão
E se eu voar, mas perdida
Perdida de quem eu sou
Abro os meus braços, rendida
0 vento sopra e eu vou
Repertório de Soraia Cardoso
0 vento tem duas penas
Com elas voo sem lei
E vão voando, serenas
Onde me levam não sei
E voa a todo o momento
0 vento, se o não parar
Mas fui de pedra e o vento
0 vento não quis voar
Tornei-me folha ao relento
Que cai mais leve no chão
Vou na cadeira do vento
E agora sou de algodão
E se eu voar, mas perdida
Perdida de quem eu sou
Abro os meus braços, rendida
0 vento sopra e eu vou
Bom dia
João Fezas Vital / Jorge Ganhão
Repertório de Eduardo Falcão
Olá minha mãe, bom dia
Olá Senhora Maria
Olá minha mãe, bom dia
Até parece alegria
A alegria de te ver;
E é mesmo verdade
É orgulho e é vaidade
De saber que és mulher
Olá minha mãe, bom dia
inventa esta noite o dia
Na alegria de viver;
E se puderes, minha mãe
Inventa por mim também
A vontade de nascer
Oh Pai Nosso, Nosso Pai
Seu e meu, de tanta gente
De quem ama não faz mal
Diga-lhe mãe, por favor;
Que a gente ainda é gente
E vive a fazer amor
Por amor a Portugal
Repertório de Eduardo Falcão
Olá minha mãe, bom dia
Olá Senhora Maria
Olá minha mãe, bom dia
Até parece alegria
A alegria de te ver;
E é mesmo verdade
É orgulho e é vaidade
De saber que és mulher
Olá minha mãe, bom dia
inventa esta noite o dia
Na alegria de viver;
E se puderes, minha mãe
Inventa por mim também
A vontade de nascer
Oh Pai Nosso, Nosso Pai
Seu e meu, de tanta gente
De quem ama não faz mal
Diga-lhe mãe, por favor;
Que a gente ainda é gente
E vive a fazer amor
Por amor a Portugal
Rua da canção
Francisco Guimarães / Angelo Freire
Repertório de Sara Paixão
0 relógio marcava meia-noite
Os olhos estavam fundos de cansaço
Os passos já sem força como o vento
E o tempo a contar o seu compasso
Is correios sem cartas para dar
Parados na paragem recolhida
A vida da cidade não cantava
Mas um som ressoava na avenida
E assim descubro agora que o que muda
Não são modas, as roupas, ou estações
As coisas que atravessam o meu peito
São coisas disfarçadas de canções
De repente a paisagem que era muda
Mudou como mudava o céu estrelado
Pessoas entoavam certas modas
Não sei bem se eram samba, se eram fado
Quando a rua me deu uma canção
O meu corpo acordou subitamente
A alegria invadiu o coração
Se oiço um fado, ou um samba, é indiferente
Repertório de Sara Paixão
0 relógio marcava meia-noite
Os olhos estavam fundos de cansaço
Os passos já sem força como o vento
E o tempo a contar o seu compasso
Is correios sem cartas para dar
Parados na paragem recolhida
A vida da cidade não cantava
Mas um som ressoava na avenida
E assim descubro agora que o que muda
Não são modas, as roupas, ou estações
As coisas que atravessam o meu peito
São coisas disfarçadas de canções
De repente a paisagem que era muda
Mudou como mudava o céu estrelado
Pessoas entoavam certas modas
Não sei bem se eram samba, se eram fado
Quando a rua me deu uma canção
O meu corpo acordou subitamente
A alegria invadiu o coração
Se oiço um fado, ou um samba, é indiferente
No espelho
Telmo Pires Francisco Viana *fado Vianinha*
Repertório de Telmo Pires
Vejo o homem no espelho
Acabei de reparar
Tem brancas e rugas na cara
O tempo vê o tempo passar
Passeia p'la sua cidade
Nos caminhos que inventou
Guarda os seus amores
Nos versos que cantou
Fala do seu desencanto
E canta p’ra não mais falar
Às vezes pensa que a alma
Merece melhor sitio p’ra morar
Se pudesse fugia
Corria p'ra qualquer lado
Mas prefere estar convosco
Juntar presente e passado
Repertório de Telmo Pires
Vejo o homem no espelho
Acabei de reparar
Tem brancas e rugas na cara
O tempo vê o tempo passar
Passeia p'la sua cidade
Nos caminhos que inventou
Guarda os seus amores
Nos versos que cantou
Fala do seu desencanto
E canta p’ra não mais falar
Às vezes pensa que a alma
Merece melhor sitio p’ra morar
Se pudesse fugia
Corria p'ra qualquer lado
Mas prefere estar convosco
Juntar presente e passado
A minha alma está doente
Pedro Homem de Melo / Renato Varela *fado meia noite
Repertório de Teresa Tarouca
Poema ligeiramente adaptado
A minha alma está doente
Quiseram em vão curá-la
E quantos ingenuamente
Tentaram amortalhá-la
Fizeram cerco e no meio
De toda aquela muralha
Eu que sofria, cantava
Não me servira a mortalha
E à medida que o segredo
Vinha em meus lábios poisar-se
Embriagado, eu cantava
Não me servira o disfarce
Mas, por fim, vendo, talvez
Que nenhum remédio havia
Deram à minha surdez
O nome de poesia
Poema ligeiramente adaptado
A minha alma está doente
Quiseram em vão curá-la
E quantos ingenuamente
Tentaram amortalhá-la
Fizeram cerco e no meio
De toda aquela muralha
Eu que sofria, cantava
Não me servira a mortalha
E à medida que o segredo
Vinha em meus lábios poisar-se
Embriagado, eu cantava
Não me servira o disfarce
Mas, por fim, vendo, talvez
Que nenhum remédio havia
Deram à minha surdez
O nome de poesia
Casa velhinha
Reinaldo Moreira da Costa / João David *fado rosa*
Repertório de Valdemar Vigário
Aquela casa velhinha
Onde meu avô nasceu
Foi do meu pai, hoje é minha
E depois dum filho meu
Foi meu berço de embalar
Apesar de pequenina
Hoje é o meu doce lar
Aquela casa velhinha
Tanta alegria e tristeza
Esse lar me concedeu
Pois foi com rara nobreza
Onde o meu avô nasceu
O tempo vai decorrendo
Nessa casa pobrezinha
As vidas vão-se perdendo
Foi do meu pai, hoje é minha
Mas nela sinto alegria
De todo o encanto seu
Será minha até um dia
E depois dum filho meu
Repertório de Valdemar Vigário
Aquela casa velhinha
Onde meu avô nasceu
Foi do meu pai, hoje é minha
E depois dum filho meu
Foi meu berço de embalar
Apesar de pequenina
Hoje é o meu doce lar
Aquela casa velhinha
Tanta alegria e tristeza
Esse lar me concedeu
Pois foi com rara nobreza
Onde o meu avô nasceu
O tempo vai decorrendo
Nessa casa pobrezinha
As vidas vão-se perdendo
Foi do meu pai, hoje é minha
Mas nela sinto alegria
De todo o encanto seu
Será minha até um dia
E depois dum filho meu
Fado preto
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Preto, preto, preto, preto como a noite
Como o fim do mundo, preto sem igual
Preto sem tristeza, preto sem distância
Preto na certeza da preta esperança
Negro é fácil
É palavra de poeta
Negro é xaile da fadista
Quando canta
Mas preto, preto, preto é de verdade
Preto de criança, preto de saudade
Preto é que é da terra, preto é quem sabe
Preto, preto, preto de voz e vontade
Terra longe, mar salgado
Vida dura, condição
Busca a sorte na desgraça
Busca amor na solidão
Repertório de Marta Dias
Preto, preto, preto, preto como a noite
Como o fim do mundo, preto sem igual
Preto sem tristeza, preto sem distância
Preto na certeza da preta esperança
Negro é fácil
É palavra de poeta
Negro é xaile da fadista
Quando canta
Mas preto, preto, preto é de verdade
Preto de criança, preto de saudade
Preto é que é da terra, preto é quem sabe
Preto, preto, preto de voz e vontade
Terra longe, mar salgado
Vida dura, condição
Busca a sorte na desgraça
Busca amor na solidão
Foi por ti que eu voltei
João Fezas Vital / Franklim Godinho
Repertório de Sara Paixão
Foi por ti que atravessei
Vinda de longe, de longe
Terras de sol e de vento
Foi por ti, mas já não sei
Se tu és ontem se és hoje
Ou apenas sofrimento
Fui ao mar, morri no mar
Levada pelo desejo
De te saber marinheiro
E viver no teu olhar
Fechado num longo beijo
0 que fosse derradeiro
Voltei louca de aventura
Na minha boca fechada
Os teus dedos foram frio
Foi por ti que eu voltei
Vinda de longe, do nada
P'ra sentir este vazio
Repertório de Sara Paixão
Foi por ti que atravessei
Vinda de longe, de longe
Terras de sol e de vento
Foi por ti, mas já não sei
Se tu és ontem se és hoje
Ou apenas sofrimento
Fui ao mar, morri no mar
Levada pelo desejo
De te saber marinheiro
E viver no teu olhar
Fechado num longo beijo
0 que fosse derradeiro
Voltei louca de aventura
Na minha boca fechada
Os teus dedos foram frio
Foi por ti que eu voltei
Vinda de longe, do nada
P'ra sentir este vazio
Bate coração
Letra e música de José Gonçalez
Repertório do autor
Meu Deus, ao teu altar venho pedir
Um mundo mais feliz com mais amor
Meu Deus, quero motivos p’ra sorrir
Quero pintar a vida com mais cor
Meu Deus, quero sentir a tua luz
No sol que lá do alto nos aquece
Que seja a tua mão que me conduz
No meu caminho, na minha prece
Ai bate, bate coração
Bate a compasso
Que estou contente
Ai bate, bate coração
Marca o teu passo
Vamos em frente;
Ai ouve amigo o coração
Que o coração é quem nos diz
Que a vida pode ser uma canção
Uma canção e ser feliz
As rosas que encontrarmos no caminho
Não tenham mais os espinhos da tristeza
Meus Deus, que o teu amor de pão e vinho
Nos alimente a alma de beleza
Meu Deus, que saiba ter o meu irmão
Um grito de esperança e de bondade
Que possa cada um de mão na mão
Espalhar amor pela cidade
Repertório do autor
Meu Deus, ao teu altar venho pedir
Um mundo mais feliz com mais amor
Meu Deus, quero motivos p’ra sorrir
Quero pintar a vida com mais cor
Meu Deus, quero sentir a tua luz
No sol que lá do alto nos aquece
Que seja a tua mão que me conduz
No meu caminho, na minha prece
Ai bate, bate coração
Bate a compasso
Que estou contente
Ai bate, bate coração
Marca o teu passo
Vamos em frente;
Ai ouve amigo o coração
Que o coração é quem nos diz
Que a vida pode ser uma canção
Uma canção e ser feliz
As rosas que encontrarmos no caminho
Não tenham mais os espinhos da tristeza
Meus Deus, que o teu amor de pão e vinho
Nos alimente a alma de beleza
Meu Deus, que saiba ter o meu irmão
Um grito de esperança e de bondade
Que possa cada um de mão na mão
Espalhar amor pela cidade
Estrelas sem fulgor
João Fezas Vital / José Lopes *fado Lopes*
Repertório de Sara Paixão
Foste à mesa onde eu estava
Com tanta, tanta gente
Pedir-me se eu te cantava
Os fados de antigamente
Levantei-me e fui cantar
Recordando o nosso amor
Falei de campos e de mar
E de estrelas sem fulgor
Recordei aquele dia
Que p’ra nos foi tão dif’rente
Perto do céu não havia
Nem resto de sol poente
Quando acabei de cantar
E cerraste os olhos teus
Também eu, por te olhar
A chorar fechei os meus
Repertório de Sara Paixão
Foste à mesa onde eu estava
Com tanta, tanta gente
Pedir-me se eu te cantava
Os fados de antigamente
Levantei-me e fui cantar
Recordando o nosso amor
Falei de campos e de mar
E de estrelas sem fulgor
Recordei aquele dia
Que p’ra nos foi tão dif’rente
Perto do céu não havia
Nem resto de sol poente
Quando acabei de cantar
E cerraste os olhos teus
Também eu, por te olhar
A chorar fechei os meus
Fadinho simples
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Do pôr-do-sol nasce a lua
Da lua a madrugada
Do coração nasce a vida
Decidida e descuidada
Infatigável soldado
Sempre em busca da batalha
Bem te quero e mal me fazes
Não há súplica que me valha
Anda cá, onde vais
Tu vais ver ai, que cais
Coração, deixa ver
Quanto dar, que fazer
Anda cá, vem mostrar
Como é, como sabe bem amar
Basta de seguir teus ais
Cego músculo insensato
Não te quero ouvir mais
Com solidão te maltrato
Se ele se cala e eu morro
Perdida a meio da estrada
Sem um calorzinho ou consolo
Sem um coração somos nada
Repertório de Marta Dias
Do pôr-do-sol nasce a lua
Da lua a madrugada
Do coração nasce a vida
Decidida e descuidada
Infatigável soldado
Sempre em busca da batalha
Bem te quero e mal me fazes
Não há súplica que me valha
Anda cá, onde vais
Tu vais ver ai, que cais
Coração, deixa ver
Quanto dar, que fazer
Anda cá, vem mostrar
Como é, como sabe bem amar
Basta de seguir teus ais
Cego músculo insensato
Não te quero ouvir mais
Com solidão te maltrato
Se ele se cala e eu morro
Perdida a meio da estrada
Sem um calorzinho ou consolo
Sem um coração somos nada
Caminho
Letra e música de José Gonçalez
Repertório de José Gonçalez com Gonçalo Salgueiro
Não chores se te entregam numa cruz
E cravam negras lanças no teu peito
Às vezes sobre as trevas faz-se luz
E surge outro caminho mais perfeito
Não digas a ninguém, que andas triste
Nem deixes que te vejam transparente
Há sempre urna andorinha que resiste
E nenhuma tempestade é permanente
Não deixes cair esses teus braços
No vertical alinhamento do desgosto
Põe outra vontade nos teus passos
E carrega de sorrisos o teu rosto
Não julgues ser maior que a tua fé
A tenebrosa visão da alegria
Se tiveres que morrer, morre de pé
Resistindo ais temporais de cada dia
Repertório de José Gonçalez com Gonçalo Salgueiro
Não chores se te entregam numa cruz
E cravam negras lanças no teu peito
Às vezes sobre as trevas faz-se luz
E surge outro caminho mais perfeito
Não digas a ninguém, que andas triste
Nem deixes que te vejam transparente
Há sempre urna andorinha que resiste
E nenhuma tempestade é permanente
Não deixes cair esses teus braços
No vertical alinhamento do desgosto
Põe outra vontade nos teus passos
E carrega de sorrisos o teu rosto
Não julgues ser maior que a tua fé
A tenebrosa visão da alegria
Se tiveres que morrer, morre de pé
Resistindo ais temporais de cada dia
Sem querer fugir de mim
Pedro Fernandes Martins / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Soraia Cardoso
Sou raiz que abraça a terra
Do chão que descalça, piso
Sou a paz dentro da guerra
Que me arranca um sorriso
Chama ardente que crepita
Na noite dos meus anseios
Estrada errante, infinita
Que percorro sem receios
Sou o rio que naufraga
No mar imenso da vida
E a vontade que se apaga
Por não ser compreendida
Vento em fúria que procura
Um lugar p’ra não soprar
Sou o corpo em que a ternura
Espera sempre repousar
Se temo ser como sou
Mas não sei, não ser assim
Sou o que o fado traçou
Sem querer fugir de mim
Repertório de Soraia Cardoso
Sou raiz que abraça a terra
Do chão que descalça, piso
Sou a paz dentro da guerra
Que me arranca um sorriso
Chama ardente que crepita
Na noite dos meus anseios
Estrada errante, infinita
Que percorro sem receios
Sou o rio que naufraga
No mar imenso da vida
E a vontade que se apaga
Por não ser compreendida
Vento em fúria que procura
Um lugar p’ra não soprar
Sou o corpo em que a ternura
Espera sempre repousar
Se temo ser como sou
Mas não sei, não ser assim
Sou o que o fado traçou
Sem querer fugir de mim
Fado tão bom
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Vou estar contigo amanhã
Não sei ainda o que fazer
Quando chegares ao pé de mim
Não vou saber o que dizer
Se chegas perto desfaleço
Se vais p’ra longe desespero
Meu Deus, eu não me reconheço
Nem acredito que mereço
Tudo aquilo que mais quero
Um passo atrás e dois à frente
Repertório de Marta Dias
Vou estar contigo amanhã
Não sei ainda o que fazer
Quando chegares ao pé de mim
Não vou saber o que dizer
Se chegas perto desfaleço
Se vais p’ra longe desespero
Meu Deus, eu não me reconheço
Nem acredito que mereço
Tudo aquilo que mais quero
Um passo atrás e dois à frente
Tão bom
Quase verão e está mais quente
Quase verão e está mais quente
Ah tão bom
E o que eu quero é estar contigo
Um passo atrás e dois à frente
Está quase e não digo
Vou ver-te outra vez amanhã
E eu nem consigo acreditar
Tu mesmo aqui ao pé de mim
E eu tentando disfarçar
Chegaste perto e eu derreti
Foste p’ra longe e eu não consigo
Meu Deus, eu sei que prometi
Mas estar todo um dia sem ti
É tortura e mau castigo
E o que eu quero é estar contigo
Um passo atrás e dois à frente
Está quase e não digo
Vou ver-te outra vez amanhã
E eu nem consigo acreditar
Tu mesmo aqui ao pé de mim
E eu tentando disfarçar
Chegaste perto e eu derreti
Foste p’ra longe e eu não consigo
Meu Deus, eu sei que prometi
Mas estar todo um dia sem ti
É tortura e mau castigo
Sem medo
Maria do Rosário Pedreira / Carlos da Maia*fado perseguição*
Repertório de Soraia Cardoso
Se numa hora qualquer
Achares que não sou mulher
Para viver ao teu lado
Mais vale que o digas logo
Antes que eu acenda o fogo
Que tu queres ver apagado
Nenhum amor é eterno
E nem eu própria, governo
0 que por ti sinto agora
Só não quero que alimentes
Um amor que já não sentes
E depois te vás embora
Se numa hora como esta
Achares que se acaba a festa
Que eu faço da nossa vida
Não guardes disso segredo
Vais ver que não tenho medo
De enfrentar a despedida
Sobretudo não me mintas
Que eu detesto meias-tintas
Prefiro o luto à ilusão
Castigo é ter só metade
De quem não fala verdade
Nem sabe dizer que não
Repertório de Soraia Cardoso
Se numa hora qualquer
Achares que não sou mulher
Para viver ao teu lado
Mais vale que o digas logo
Antes que eu acenda o fogo
Que tu queres ver apagado
Nenhum amor é eterno
E nem eu própria, governo
0 que por ti sinto agora
Só não quero que alimentes
Um amor que já não sentes
E depois te vás embora
Se numa hora como esta
Achares que se acaba a festa
Que eu faço da nossa vida
Não guardes disso segredo
Vais ver que não tenho medo
De enfrentar a despedida
Sobretudo não me mintas
Que eu detesto meias-tintas
Prefiro o luto à ilusão
Castigo é ter só metade
De quem não fala verdade
Nem sabe dizer que não
Praia da solidão
António Vasco Moraes / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de António Vasco Moraes
À deriva abandonada
Como gaivota perdida
É assim a minha amada
Repertório de António Vasco Moraes
À deriva abandonada
Como gaivota perdida
É assim a minha amada
Tão longe da minha vida
Nem sequer sabe a razão
Porque voa rumo ao Sul
Deixou o meu coração
Buscando um céu mais azul
Longe foi, já se perdeu
Espera agora a sua sorte
Já não é azul o céu
Já não sabe onde é o Norte
Na praia d'onde partiu
Levantou-se um vendaval
Fica a sombra de um navio
Atracado ao areal
Nessa praia abandonada
Enterro o meu coração
Sou uma canoa quebrada
P'las ondas da solidão
Nem sequer sabe a razão
Porque voa rumo ao Sul
Deixou o meu coração
Buscando um céu mais azul
Longe foi, já se perdeu
Espera agora a sua sorte
Já não é azul o céu
Já não sabe onde é o Norte
Na praia d'onde partiu
Levantou-se um vendaval
Fica a sombra de um navio
Atracado ao areal
Nessa praia abandonada
Enterro o meu coração
Sou uma canoa quebrada
P'las ondas da solidão
Conversa de poetas
Francisco Guimarães / Filipe Pinto *fado vadio*
Repertório de José Geadas
Há poemas hoje em dia
Que não querem dizer nada
Não encaixam na harmonia
Fica a rima mal cantada
0 poeta do passado
Quer rimar com coração
Viva a forma aprisionado
Num só fado e à tradição
Mas há espaço p'ra tudo
Cada verso, é uma porta
Sem poetas era mudo
A palavra é o que importa
Q Ary cantando abril
A Sophia, a liberdade
Leio Adília em versos mil
Vejo em todos a verdade
E eu digo de memória
Sem julgar e admirado
Cada um na sua história
Deu a história ao nosso fado
Repertório de José Geadas
Há poemas hoje em dia
Que não querem dizer nada
Não encaixam na harmonia
Fica a rima mal cantada
0 poeta do passado
Quer rimar com coração
Viva a forma aprisionado
Num só fado e à tradição
Mas há espaço p'ra tudo
Cada verso, é uma porta
Sem poetas era mudo
A palavra é o que importa
Q Ary cantando abril
A Sophia, a liberdade
Leio Adília em versos mil
Vejo em todos a verdade
E eu digo de memória
Sem julgar e admirado
Cada um na sua história
Deu a história ao nosso fado
Fado das cores
António Tinoco / José Campos e Sousa
Repertório de José Campos e Sousa
Naquelas ruas por onde
A cidade mais se esconde
Como que envolve os encantos
Dos dias de romaria
Das Senhoras da Agonia
Que secam os nossos prantos
E nas flores d'uma sacada
Na roupa branca lavada
É que a alma se nos prende
E num simples candeeiro
É a luz do mundo inteiro
Que em nossa alma se acende
Uma cidade sem tempo
Pintada como um lamento
Sobre o mar de uma janela
Desabrochou em amores
Ficou guardada nas cores
A cantar numa aguarela
Repertório de José Campos e Sousa
Naquelas ruas por onde
A cidade mais se esconde
Como que envolve os encantos
Dos dias de romaria
Das Senhoras da Agonia
Que secam os nossos prantos
E nas flores d'uma sacada
Na roupa branca lavada
É que a alma se nos prende
E num simples candeeiro
É a luz do mundo inteiro
Que em nossa alma se acende
Uma cidade sem tempo
Pintada como um lamento
Sobre o mar de uma janela
Desabrochou em amores
Ficou guardada nas cores
A cantar numa aguarela
Quadras soltas
Amália / Ricardo Borges Sousa *fado da Idanha*
Repertório de Soraia Cardoso
Joguei às cinco pedrinhas
Perdi todas as jogadas
Quando vi que tu não vinhas
Pedrinhas eram pedradas
Tenho um lindo namorado
Que me ama perdidamente
Tem um defeito, coitado
Ama assim a toda a gente
Quem o seu amor perdeu
E não queria ter perdido
Anda a chorar como eu
Que trago o meu no sentido
Papoila grito de cor
Tanto trigo te quer bem
Mais quero eu ao meu amor
Amor que amor não me tem
Repertório de Soraia Cardoso
Joguei às cinco pedrinhas
Perdi todas as jogadas
Quando vi que tu não vinhas
Pedrinhas eram pedradas
Tenho um lindo namorado
Que me ama perdidamente
Tem um defeito, coitado
Ama assim a toda a gente
Quem o seu amor perdeu
E não queria ter perdido
Anda a chorar como eu
Que trago o meu no sentido
Papoila grito de cor
Tanto trigo te quer bem
Mais quero eu ao meu amor
Amor que amor não me tem
Saudades de Lisboa
António Vasco Moraes / Jaime Santos *fado salvaterra*
Repertório de António Vasco Moraes
Passa por mim a saudade
Mas não lhe dou confiança
Quero voltar à cidade
Que não me sai da lembrança
Cheira a castanhas e a mar
Cidade que ontem não vi
Já nem consigo lembrar
O lugar onde nasci
Tenho pressa de chegar
E poder ver teus encantos
Quero no Tejo afogar
As amarguras e os prantos
Lisboa, sete colinas
Mil cheiros, tantas idades
Já vejo tuas varinas
E continuo com saudades
Repertório de António Vasco Moraes
Passa por mim a saudade
Mas não lhe dou confiança
Quero voltar à cidade
Que não me sai da lembrança
Cheira a castanhas e a mar
Cidade que ontem não vi
Já nem consigo lembrar
O lugar onde nasci
Tenho pressa de chegar
E poder ver teus encantos
Quero no Tejo afogar
As amarguras e os prantos
Lisboa, sete colinas
Mil cheiros, tantas idades
Já vejo tuas varinas
E continuo com saudades
Fado Chopin
Rodrigo Emílio / José Campos Sousa
Repertório de José Campos Sousa
Por não ter onde me acoite
Nem ninguém que olhe por mim
Vou andar de noite em noite
Até ao fim do meu fim
Toca baixinho, um noturno
Meu amor, um de Chopin
Enquanto durmo e não durmo
E a manhã não é de manhã
Quis a noite aliciar-me
Com dedos de sombra e luz
Tomei por sinal de alarme
O próprio sinal da cruz
Sempre que à noite te cruzes
Comigo, no patamar
Apaga todas as luzes
Expecto as do teu olhar
Não pode ser senão teu
O perfil mais que perfeito
Que esta noite se acendeu
No peitoril do meu peito
Repertório de José Campos Sousa
Por não ter onde me acoite
Nem ninguém que olhe por mim
Vou andar de noite em noite
Até ao fim do meu fim
Toca baixinho, um noturno
Meu amor, um de Chopin
Enquanto durmo e não durmo
E a manhã não é de manhã
Quis a noite aliciar-me
Com dedos de sombra e luz
Tomei por sinal de alarme
O próprio sinal da cruz
Sempre que à noite te cruzes
Comigo, no patamar
Apaga todas as luzes
Expecto as do teu olhar
Não pode ser senão teu
O perfil mais que perfeito
Que esta noite se acendeu
No peitoril do meu peito
Dona de mim
Tiago Torres da Silva / Francisco José Marques *fado zé negro*
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho um olhar indeciso
Vivo sempre entre um sorriso
E uma lágrima triste
Mesmo quando estou feliz
Sinto que está por um triz
A dor mais forte que existe
Sinto ser dona do mundo
Mas depois passa um segundo
E já nem de mim sou dona
Uma folha pelo ar
Que só anseia voar
Quando o vento a abandona
Rio por tudo e por nada
Mas tenho uma gargalhada
De quem chora quando ri
E nestas contradições
Vou tomando as decisões
De que já me arrependi
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho um olhar indeciso
Vivo sempre entre um sorriso
E uma lágrima triste
Mesmo quando estou feliz
Sinto que está por um triz
A dor mais forte que existe
Sinto ser dona do mundo
Mas depois passa um segundo
E já nem de mim sou dona
Uma folha pelo ar
Que só anseia voar
Quando o vento a abandona
Rio por tudo e por nada
Mas tenho uma gargalhada
De quem chora quando ri
E nestas contradições
Vou tomando as decisões
De que já me arrependi
Berta Cardoso
Soneto de Armando Neves
Tributo
Há por acaso alguém que ainda não teve
O prazer de a ouvir, na lusa terra
Dolorosa cantar a "Cruz de Guerra"
Ou amorável, a Canção da Neve?
A sua linda voz não se descreve
Sua garganta é escrínio que a descerra
Sentimental aroma a que se aferra
Carinhosa expressão, dúlcida e leve
Por que não canta ainda a nossa Berta
Porque fugiu do êxito alcançado?
Volte ao seu posto a "sentinela alerta"
Torne a brilhar a estrela do passado;
Que a Berta seja, nesta hora incerta
A porta aberta para o céu do "Fado"
Há por acaso alguém que ainda não teve
O prazer de a ouvir, na lusa terra
Dolorosa cantar a "Cruz de Guerra"
Ou amorável, a Canção da Neve?
A sua linda voz não se descreve
Sua garganta é escrínio que a descerra
Sentimental aroma a que se aferra
Carinhosa expressão, dúlcida e leve
Por que não canta ainda a nossa Berta
Porque fugiu do êxito alcançado?
Volte ao seu posto a "sentinela alerta"
Torne a brilhar a estrela do passado;
Que a Berta seja, nesta hora incerta
A porta aberta para o céu do "Fado"
Rosa peixeira
Fernando Farinha / Alberto Correia
Repertório de Fernando Farinha
Lá vai a Rosa peixeira, p’rá Ribeira
De canastrinha à cabeça
Manhãzinha, e o bater da chinelinha
Diz que a Rosa vai com pressa
Leva a canastra vazia
Mas o peito a transbordar
De alegrias e desejos
Do seu amor encontrar
Que vem da faina do mar
Encher-lhe a cara de beijos
Rosinha, sempre airosa, sempre fresca
Sonhaste na tua lua de mel
Não viste que o amor é como a pesca
E foste nas redes do teu Manel
Já se vê o Atalaia, e junto à praia
A Rosinha entre os demais
Dá um grito p’ró Manel, que do barquito
Sorri por vê-la no cais
A Rosa sorri contente
E o Atalaia atracou
Carregado de sardinha
E o Manel sorri também
Porque a melhor que lá vem
Está guardada p’rá Rosinha
Repertório de Fernando Farinha
Lá vai a Rosa peixeira, p’rá Ribeira
De canastrinha à cabeça
Manhãzinha, e o bater da chinelinha
Diz que a Rosa vai com pressa
Leva a canastra vazia
Mas o peito a transbordar
De alegrias e desejos
Do seu amor encontrar
Que vem da faina do mar
Encher-lhe a cara de beijos
Rosinha, sempre airosa, sempre fresca
Sonhaste na tua lua de mel
Não viste que o amor é como a pesca
E foste nas redes do teu Manel
Já se vê o Atalaia, e junto à praia
A Rosinha entre os demais
Dá um grito p’ró Manel, que do barquito
Sorri por vê-la no cais
A Rosa sorri contente
E o Atalaia atracou
Carregado de sardinha
E o Manel sorri também
Porque a melhor que lá vem
Está guardada p’rá Rosinha
Abrir mão
José Fernandes Castro / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de Henrique Ramos (ao vivo)
Abro mão de quase tudo
Que por amor construí
Mas não abro mão de ti
Meu sonho secreto e mudo
Abro mão da luz da lua
Que tanto luar me deu
Fazendo com que o teu céu
Fosse o céu da minha rua
Abro mão da melodia
Com que vesti o meu canto
Abro mão até, do espanto
Com que leio poesia
A vida que não escolhi
Nada deu de mão beijada
E não abro mão de ti
Porque sem ti não sou nada
Repertório de Henrique Ramos (ao vivo)
Abro mão de quase tudo
Que por amor construí
Mas não abro mão de ti
Meu sonho secreto e mudo
Abro mão da luz da lua
Que tanto luar me deu
Fazendo com que o teu céu
Fosse o céu da minha rua
Abro mão da melodia
Com que vesti o meu canto
Abro mão até, do espanto
Com que leio poesia
A vida que não escolhi
Nada deu de mão beijada
E não abro mão de ti
Porque sem ti não sou nada
Mané Chiné
Popular / Arranjos de Jorge Costa Pinto
Repertório de Amália
Se os meus tristes ais voassem
Ó Mané Chiné
Daria mil por cada hora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Iriam bater no peito
Ó Mané Chiné
De quem me lembrou agora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Anda cá, meu preto, preto
Ó Mané Chiné
Meu queimadinho do sol
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Quanto mais preto, mais firme
Ó Mané Chiné
Quanto mais firme, melhor
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Repertório de Amália
Se os meus tristes ais voassem
Ó Mané Chiné
Daria mil por cada hora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Iriam bater no peito
Ó Mané Chiné
De quem me lembrou agora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Anda cá, meu preto, preto
Ó Mané Chiné
Meu queimadinho do sol
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Quanto mais preto, mais firme
Ó Mané Chiné
Quanto mais firme, melhor
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Cidade jovem
José Fernandes Castro / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Alfredo Almeida (ao vivo)
Enquanto eu envelheço na cidade
Onde nasci, cresci e me fiz homem
A cidade mantém a mesma idade
Parece até que as dores não a consomem
Cada vez mais esbelta, mais airosa
Mais senhora de si, mais companheira
Esta cidade-mulher, poema-prosa
Mantém a sua alma de tripeira
Enquanto eu envelheço lentamente
A cidade que eu amo é sempre nova
Cidade que será eternamente
O mote mais sublime duma trova
Trova que cantarei enquanto possa
Trova que quero ver engrandecida
Esta cidade é tão minha, quanto vossa
Esta cidade é sol dentro da vida
Repertório de Alfredo Almeida (ao vivo)
Enquanto eu envelheço na cidade
Onde nasci, cresci e me fiz homem
A cidade mantém a mesma idade
Parece até que as dores não a consomem
Cada vez mais esbelta, mais airosa
Mais senhora de si, mais companheira
Esta cidade-mulher, poema-prosa
Mantém a sua alma de tripeira
Enquanto eu envelheço lentamente
A cidade que eu amo é sempre nova
Cidade que será eternamente
O mote mais sublime duma trova
Trova que cantarei enquanto possa
Trova que quero ver engrandecida
Esta cidade é tão minha, quanto vossa
Esta cidade é sol dentro da vida
Malmequer desfolhado
António de Bragança / Francisco Viana
Repertório de Teresa Tarouca
Um malmequer desfolhei
Nunca tal tivesse feito
Não sabia o que já sei
Tinha-te ainda no peito
P’ra saber s’inda era meu
O homem que eu tanto amei
Com os olhas fitos no céu
Um malmequer desfolhei
E da flor fui arrancando
Esperanças que fora deito
E agora eu estou chorando
Nunca tal tivesse feito
Julgando ter-te na vida
E seres p’ra mim minha lei
Passava o tempo iludida
Não sabia o que já sei
Sonhava meu coração
E agora sonho desfeito
Vivendo da ilusão
Tinha-te ainda no peito
Repertório de Teresa Tarouca
Um malmequer desfolhei
Nunca tal tivesse feito
Não sabia o que já sei
Tinha-te ainda no peito
P’ra saber s’inda era meu
O homem que eu tanto amei
Com os olhas fitos no céu
Um malmequer desfolhei
E da flor fui arrancando
Esperanças que fora deito
E agora eu estou chorando
Nunca tal tivesse feito
Julgando ter-te na vida
E seres p’ra mim minha lei
Passava o tempo iludida
Não sabia o que já sei
Sonhava meu coração
E agora sonho desfeito
Vivendo da ilusão
Tinha-te ainda no peito
Espero a vida a cantar
*Espero a morte a cantar*
Francisco Pessoa / Joaquim Campos *fado amora*Repertório de Teresa Tarouca
Nesse teu olhar magoado
Vejo a cor dos olhos meus
Tem a dor um tom pisado
Que é o tom dos olhos teus
Sofro a dor por te querer
Esquecendo que te perdi
Mas um dia quis te ver
E louca d’amor fugi
Nos meus olhos vive ainda
Saudades do olhar teu
No meu peito vive infinda
Essa dor que em ti viveu
Hoje canto de amargura
Já cansada de te amar
E vencida p’la tortura
Eu espero a morte a cantar
Pergunta
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se não fazes fé em mim
Se te atormentam descrenças
Faz perguntas porque assim
Pode ser que te convenças
Pergunta ao meu pensamento
Se alguma vez te esqueci
Dirá que nem um momento
Deixei de pensar em ti
Pergunta aos meus olhos s’eles
Olharam p’ra mais alguém
Eu sei que a resposta deles
É com certeza: ninguém
Pergunta ao meu coração
Se pulsou com liberdade
Há-de responder que não
Pois só bateu de saudade
Só à minha voz não vale
Fazer perguntas, que eu sei
Que dirá sempre que fale
Gostei, gosto e gostarei
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se não fazes fé em mim
Se te atormentam descrenças
Faz perguntas porque assim
Pode ser que te convenças
Pergunta ao meu pensamento
Se alguma vez te esqueci
Dirá que nem um momento
Deixei de pensar em ti
Pergunta aos meus olhos s’eles
Olharam p’ra mais alguém
Eu sei que a resposta deles
É com certeza: ninguém
Pergunta ao meu coração
Se pulsou com liberdade
Há-de responder que não
Pois só bateu de saudade
Só à minha voz não vale
Fazer perguntas, que eu sei
Que dirá sempre que fale
Gostei, gosto e gostarei
Tarde p’ra voltar
Ricardo Maria Louro / José António Sabrosa
Repertório de Mónica Jesus
Era tarde, eu não sabia
Se tornarias a chegar
Pois há muito que não via
O teu corpo a passar
Era tarde, eu já sentia
Que tudo iria terminar
De nós dois tudo perdia
Era tarde p’ra voltar
Era tarde p’ra falar
Minha voz, silêncio é pranto
Doravante p’ra te amar
Só nos versos que não canto
Só ficou a ilusão
Que foste um dia ao chegar
Deixa em paz meu coração
Porque é tarde p’ra voltar
E em cada madrugada
Já não dói o teu desdém
Se eu p'ra ti não fui nada
Tu p’ra mim não és ninguém
Repertório de Mónica Jesus
Era tarde, eu não sabia
Se tornarias a chegar
Pois há muito que não via
O teu corpo a passar
Era tarde, eu já sentia
Que tudo iria terminar
De nós dois tudo perdia
Era tarde p’ra voltar
Era tarde p’ra falar
Minha voz, silêncio é pranto
Doravante p’ra te amar
Só nos versos que não canto
Só ficou a ilusão
Que foste um dia ao chegar
Deixa em paz meu coração
Porque é tarde p’ra voltar
E em cada madrugada
Já não dói o teu desdém
Se eu p'ra ti não fui nada
Tu p’ra mim não és ninguém
Lisboa e o fado
Mário Rainho / Fontes Rocha
Repertório de Tânia Oleiro
Dizem que Lisboa agora
Vive em estado de pecado
Pois a cidade namora
Com um velho chamado fado
Dou a quem fala um conselho
Deixem-na andar à toa
Com aquele a quem chamam velho
E é mais novo que Lisboa
Namorou sem leis
Esta Lisboa velhinha
Com Duques, Condes e Reis
Na muralha Fernandina;
Mas p’ró que lhe deu
Cair d'amores e agrado
Na cantiga dum plebeu
Um tipo chamado Fado
Idades, o amor não escolhe
É assim que diz o povo
Lisboa, os ombros, encolhe
Por ter um homem mais novo
E desde que o conheceu
Vai com ele p’ra todo lado
Foi amor que aconteceu
Entre Lisboa e o Fado
Repertório de Tânia Oleiro
Dizem que Lisboa agora
Vive em estado de pecado
Pois a cidade namora
Com um velho chamado fado
Dou a quem fala um conselho
Deixem-na andar à toa
Com aquele a quem chamam velho
E é mais novo que Lisboa
Namorou sem leis
Esta Lisboa velhinha
Com Duques, Condes e Reis
Na muralha Fernandina;
Mas p’ró que lhe deu
Cair d'amores e agrado
Na cantiga dum plebeu
Um tipo chamado Fado
Idades, o amor não escolhe
É assim que diz o povo
Lisboa, os ombros, encolhe
Por ter um homem mais novo
E desde que o conheceu
Vai com ele p’ra todo lado
Foi amor que aconteceu
Entre Lisboa e o Fado
Canto p’ra não sofrer
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor tu não me digas
Que consegues decifrar
O reverso das cantigas
Que eu canto p’ra não chorar
Cada rima é um anseio
Cada verso uma agonia
Ó meu amor eu não creio
Que entendas tal poesia
Fecho os meus olhos e faço
Por ver um pouco de mim
Canto os meus fados e passo
A sofrer menos assim
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor tu não me digas
Que consegues decifrar
O reverso das cantigas
Que eu canto p’ra não chorar
Cada rima é um anseio
Cada verso uma agonia
Ó meu amor eu não creio
Que entendas tal poesia
Fecho os meus olhos e faço
Por ver um pouco de mim
Canto os meus fados e passo
A sofrer menos assim
Porta fechada
Letra e música de Amadeu Diniz da Fonseca
Repertório de Maria João Quadros
Quando uma porta se fecha
E deixa, sozinho
Um grande amor já vivido
Perdido, pelo caminho
Tudo ao redor desmorona
Tudo parece ruir
Quanta lágrima sentida
Acaba por cair
Ó meu amor
Nunca te esqueças de mim
O meu coração esmorece
Padece, longe de ti
Quando uma porta se fecha
E deixa um lamento
É tão grande o sofrimento
Que não cala a amargura
Mas se o tempo retoma
De novo, a hora perdida
Parece então que floresce
Amanhece de novo a vida
Repertório de Maria João Quadros
Quando uma porta se fecha
E deixa, sozinho
Um grande amor já vivido
Perdido, pelo caminho
Tudo ao redor desmorona
Tudo parece ruir
Quanta lágrima sentida
Acaba por cair
Ó meu amor
Nunca te esqueças de mim
O meu coração esmorece
Padece, longe de ti
Quando uma porta se fecha
E deixa um lamento
É tão grande o sofrimento
Que não cala a amargura
Mas se o tempo retoma
De novo, a hora perdida
Parece então que floresce
Amanhece de novo a vida
Noite sem fim
Jorge Rosa / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de António Mourão
Eras minha e por seres minha
Quanto feliz era eu
Queria tudo e tudo tinha
O mundo inteiro era meu
Mas no dia em que mudaste
A minha vida mudou
O bem em mal transformaste
Agora já nada sou
Sou menos que grão de areia
Perdido num areal
Folha que o vento volteia
Em dia de vendaval
Eu sou a noite sem fim
Que não espera a madrugada
O que fizeste de mim
Que era tudo e não sou nada
Eras minha e por seres minha
Quanto feliz era eu
Queria tudo e tudo tinha
O mundo inteiro era meu
Mas no dia em que mudaste
A minha vida mudou
O bem em mal transformaste
Agora já nada sou
Sou menos que grão de areia
Perdido num areal
Folha que o vento volteia
Em dia de vendaval
Eu sou a noite sem fim
Que não espera a madrugada
O que fizeste de mim
Que era tudo e não sou nada
Sou feliz
José Neto / Frederico de Brito *fado britinho*
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Meu amor, olha pró mar
Para veres a cor dos olhos
Que ao nasceres, Deus te deu
Olha bem longe e verás
Como ao longe se confundem
As cores do mar e do céu
Ó meu pobre coração
Onde tudo é escuridão
Só tem brilho um olhar teu
Gostava de ser ceguinha
Guiada na vida minha
P’los olhos que Deus te deu
Fui numa prece ao Senhor
A minha vida depor
Aos pés da sagrada cruz
Dava a minha vida a Deus
Se me desses os olhos teus
Que à minha vida dão luz
Deus ouviu minha oração
Tão feita de devoção
Tão magoada e sentida
Deu-me a luz dos olhos teus
Sou feliz graças e Deus
Tenho luz na minha vida
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Meu amor, olha pró mar
Para veres a cor dos olhos
Que ao nasceres, Deus te deu
Olha bem longe e verás
Como ao longe se confundem
As cores do mar e do céu
Ó meu pobre coração
Onde tudo é escuridão
Só tem brilho um olhar teu
Gostava de ser ceguinha
Guiada na vida minha
P’los olhos que Deus te deu
Fui numa prece ao Senhor
A minha vida depor
Aos pés da sagrada cruz
Dava a minha vida a Deus
Se me desses os olhos teus
Que à minha vida dão luz
Deus ouviu minha oração
Tão feita de devoção
Tão magoada e sentida
Deu-me a luz dos olhos teus
Sou feliz graças e Deus
Tenho luz na minha vida
Espero
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Espero horas, podes crer
Só para te ver passar
Só para poder cruzar
O meu olhar com o teu
A ventura de te ver
É já ventura bastante
Quer seja perto ou distante
Se te vejo, vejo o céu
Parece, quando tu passas
Que nasce o sol só p’ra mim
E à minha volta há um jardim
Em florida Primavera
E louvo a Deus e dou graças
P’lo momento de te ver
Que pronto me faz esquecer
As longas horas de espera
Não calculas o tormento
Com que a minha alma está
Naquele virá?, não virá?
Que antecede a tua vinda
Tenho a impressão que um momento
É quase uma eternidade
Que uma hora de ansiedade
É tormento que não finda
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Espero horas, podes crer
Só para te ver passar
Só para poder cruzar
O meu olhar com o teu
A ventura de te ver
É já ventura bastante
Quer seja perto ou distante
Se te vejo, vejo o céu
Parece, quando tu passas
Que nasce o sol só p’ra mim
E à minha volta há um jardim
Em florida Primavera
E louvo a Deus e dou graças
P’lo momento de te ver
Que pronto me faz esquecer
As longas horas de espera
Não calculas o tormento
Com que a minha alma está
Naquele virá?, não virá?
Que antecede a tua vinda
Tenho a impressão que um momento
É quase uma eternidade
Que uma hora de ansiedade
É tormento que não finda
Armazéns do matrimónio
Linhares Barbosa / Fernando Freitas
Repertório de Quinita Gomes
Pedem-se amostras p’ra ver
Quando se compra um vestido
O mesmo devia ser
P’ra se arranjar um marido
Calculem que pesadelo
Entrarmos no armazém
Escolhermos o modelo
Do homem que nos convém
A empregada exibia
As últimas novidades
Depois a gente escolhia
Conforme as necessidades
Eram altos e pequenos
Gordos e magros aos molhos
Uns loiros outros morenos
Olhando e piscando os olhos
Nas grandes liquidações
Na abundância de sortido
Por dez ou quinze tostões
Tirava-se um bom marido
Comprar homens a retalho
Era um negócio dos raros
Mas eles dão tal trabalho
Que até de graça são caros
Repertório de Quinita Gomes
Pedem-se amostras p’ra ver
Quando se compra um vestido
O mesmo devia ser
P’ra se arranjar um marido
Calculem que pesadelo
Entrarmos no armazém
Escolhermos o modelo
Do homem que nos convém
A empregada exibia
As últimas novidades
Depois a gente escolhia
Conforme as necessidades
Eram altos e pequenos
Gordos e magros aos molhos
Uns loiros outros morenos
Olhando e piscando os olhos
Nas grandes liquidações
Na abundância de sortido
Por dez ou quinze tostões
Tirava-se um bom marido
Comprar homens a retalho
Era um negócio dos raros
Mas eles dão tal trabalho
Que até de graça são caros
Dona do fado
Frederico de Brito / Ferrer Trindade
Repertório de Artur Garcia
Sempre que canto este fado sinto alegria
De recordar o passado da Mouraria
Lembrar aquelas velhinhas vielas
De tanta saudade
Que deviam ser, portanto
A graça, o encanto de toda a cidade
Velha Lisboa, dona do fado
Sabe cantigas daquelas antigas
Que fazem chorar
Duma canoa que o Tejo irado
Doido a levasse e p'ra sempre ficasse
Perdida no mar
Esta Lisboa garrida é mais Lisboa
Numa janela florida da Madragoa
No Bairro Alto do negro basalto
Mas cheio de fama
Ou naquele aspeto belo Que tem o Castelo
Vizinho de Alfama
Repertório de Artur Garcia
Sempre que canto este fado sinto alegria
De recordar o passado da Mouraria
Lembrar aquelas velhinhas vielas
De tanta saudade
Que deviam ser, portanto
A graça, o encanto de toda a cidade
Velha Lisboa, dona do fado
Sabe cantigas daquelas antigas
Que fazem chorar
Duma canoa que o Tejo irado
Doido a levasse e p'ra sempre ficasse
Perdida no mar
Esta Lisboa garrida é mais Lisboa
Numa janela florida da Madragoa
No Bairro Alto do negro basalto
Mas cheio de fama
Ou naquele aspeto belo Que tem o Castelo
Vizinho de Alfama
Rapsódia
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sem amor não passo bem
Sem fado passo pior
Procuro o que me convém
Troco por fado o amor
Anda o ciúme metido
Entre o fado e a paixão
E quando canto é sabido
Tenho zanga, há discussão
Mas não merece censura
Peito que o ciúme aquece
Quando o amor é de loucura
É que o ciúme acontece
Zanguei-me, pronto, acabou-se
Andei triste, é de supor
Mas fosse lá p’lo que fosse
À noite cantei melhor
Mas sabe bem, apetece
A razão desse azedume
Só quando o amor acontece
Acontece haver ciúme
E se termino zangado
Às vezes com o meu amor
Ponho-me a cantar o fado
Zangado, canto melhor
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sem amor não passo bem
Sem fado passo pior
Procuro o que me convém
Troco por fado o amor
Anda o ciúme metido
Entre o fado e a paixão
E quando canto é sabido
Tenho zanga, há discussão
Mas não merece censura
Peito que o ciúme aquece
Quando o amor é de loucura
É que o ciúme acontece
Zanguei-me, pronto, acabou-se
Andei triste, é de supor
Mas fosse lá p’lo que fosse
À noite cantei melhor
Mas sabe bem, apetece
A razão desse azedume
Só quando o amor acontece
Acontece haver ciúme
E se termino zangado
Às vezes com o meu amor
Ponho-me a cantar o fado
Zangado, canto melhor
Zeca
Letra e música de Janita Salomé
Repertório de Filipa Pais
Quero falar-te, e o coração de comovido
Perde as palavras que juntara para ti
Cantar-te sei e apenas isso faz sentido
Menino de oiro, vem sentar-te aqui
Por todo o ano é tempo de cantar janeiras
Mulher da erva, ainda agora a vi passar
Por mar profundo, terra e todas as fronteiras
Venham mais cinco mil para te saudar
Pode o sol morrer de velho
Pode o gelo arder também
Mas a voz que de ti nasce
Já não morre com ninguém
No céu cinzento, o astro mudo ainda revela
Um bater de asas, o disfarce do seu pé
Bebem do sangue, comem tudo, olhai, cautela
O que faz falta, já se sabe o que é
Junta-te a nós, ó bairro negro, vem, falua
P'la noite fora até que se erga o sol do Verão
Solta as amarras, sopra, ó vento, continua
Que este homem não se foi embora, não
Repertório de Filipa Pais
Quero falar-te, e o coração de comovido
Perde as palavras que juntara para ti
Cantar-te sei e apenas isso faz sentido
Menino de oiro, vem sentar-te aqui
Por todo o ano é tempo de cantar janeiras
Mulher da erva, ainda agora a vi passar
Por mar profundo, terra e todas as fronteiras
Venham mais cinco mil para te saudar
Pode o sol morrer de velho
Pode o gelo arder também
Mas a voz que de ti nasce
Já não morre com ninguém
No céu cinzento, o astro mudo ainda revela
Um bater de asas, o disfarce do seu pé
Bebem do sangue, comem tudo, olhai, cautela
O que faz falta, já se sabe o que é
Junta-te a nós, ó bairro negro, vem, falua
P'la noite fora até que se erga o sol do Verão
Solta as amarras, sopra, ó vento, continua
Que este homem não se foi embora, não
Fado vida
Letra e música de Cláudia Leal
Repertório da autora
Acalmo o coração ao fim do dia
Quando o sol se põe e a noite cai
Oiço o meu silêncio
Repertório da autora
Acalmo o coração ao fim do dia
Quando o sol se põe e a noite cai
Oiço o meu silêncio
A gritar dentro de mim
Se o não fizeres
Se o não fizeres
Ninguém vai fazer por ti
Tenho um esquecimento p’ra lembrar
Tenho uma lembrança p’ra esquecer
Sair desta tristeza
Tenho um esquecimento p’ra lembrar
Tenho uma lembrança p’ra esquecer
Sair desta tristeza
É ter que deixá-lo ir
Ninguém prende um amor
Ninguém prende um amor
Que teima em partir
Percorro este caminho só e distante
Pisando as amarguras que o amor me fez
Peço ao vento norte
Percorro este caminho só e distante
Pisando as amarguras que o amor me fez
Peço ao vento norte
Pois eu não sei rezar
Talvez o vento peça a Deus
Talvez o vento peça a Deus
P’ra me ajudar
Se teimas num caminho que não é o teu
A vida passa veloz, vai num instante
Agarra a tua vida
Se teimas num caminho que não é o teu
A vida passa veloz, vai num instante
Agarra a tua vida
E transforma a tua dor
Faz renascer dentro em ti
Faz renascer dentro em ti
O teu próprio amor
Lisboa é assim
José Fialho Gouveia / Luiz Caracol
Repertório de Rodrigo Costa Félix
Lisboa chora o fado e dança o samba
Sotaque e bossa nova nas vielas
De Angola vem o cheiro da Muamba
Amores que se vivem nas novelas
Cachupa e com ela um travo a morna
Mestiça, vai Lisboa na avenida
Mulata que ao dançar até transtorna
O Tejo quando a vê meio despida
Mestiça com encantos mais de mil
Jindungo e açafrão para o caril
Canções e mais sabores além do fado
Lisboa tem o mundo inteiro nela
Tem mar quando se olha da janela
No Tejo podes estar em qualquer lado;
Paris que fica ao lado de Berlim
A Graça é que Lisboa é assim
Nas ancas traz o beat do momento
Mas traz também o fado nas goelas
Às vezes há rodízio suculento
Mas há, p'ra quem quiser, iscas com elas
Da mesquita às igrejas tantas fés
Há sempre outro lugar para mais alguém
Há mais uma cadeira nos cafés
Lisboa é de quem vier por bem
Repertório de Rodrigo Costa Félix
Lisboa chora o fado e dança o samba
Sotaque e bossa nova nas vielas
De Angola vem o cheiro da Muamba
Amores que se vivem nas novelas
Cachupa e com ela um travo a morna
Mestiça, vai Lisboa na avenida
Mulata que ao dançar até transtorna
O Tejo quando a vê meio despida
Mestiça com encantos mais de mil
Jindungo e açafrão para o caril
Canções e mais sabores além do fado
Lisboa tem o mundo inteiro nela
Tem mar quando se olha da janela
No Tejo podes estar em qualquer lado;
Paris que fica ao lado de Berlim
A Graça é que Lisboa é assim
Nas ancas traz o beat do momento
Mas traz também o fado nas goelas
Às vezes há rodízio suculento
Mas há, p'ra quem quiser, iscas com elas
Da mesquita às igrejas tantas fés
Há sempre outro lugar para mais alguém
Há mais uma cadeira nos cafés
Lisboa é de quem vier por bem
Meu amor, diz-me em que esquina
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor, diz-me em que praça
Foi à praça o nosso amor
Confesso, não acho graça
Leiloar seja o que for
Meu amor, diz-me em que rua
E em que porta te escondeste
Não desisto de ser tua
Apesar do que fizeste
Meu amor, é uma calçada
A vida entre ti e mim
Ando a subi-la cansada
Mas irei até ao fim
Meu amor, diz-me em que esquina
Hei-de virar nossas vidas
Quero mudar-lhes a sina
De becos em avenidas
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor, diz-me em que praça
Foi à praça o nosso amor
Confesso, não acho graça
Leiloar seja o que for
Meu amor, diz-me em que rua
E em que porta te escondeste
Não desisto de ser tua
Apesar do que fizeste
Meu amor, é uma calçada
A vida entre ti e mim
Ando a subi-la cansada
Mas irei até ao fim
Meu amor, diz-me em que esquina
Hei-de virar nossas vidas
Quero mudar-lhes a sina
De becos em avenidas
Fado sonhado
Carlos Bessa / Júlio Proença *fado proença*
Repertório de Luísa Nascimento
Minha mãe, graças a Deus
O meu sonho de menina
Está agora consumado
Sou feliz junto dos meus
Talvez sorte, talvez sina
Entreguei-me toda ao fado
Vejo em cada madrugada
Lágrimas de uma saudade
Quem em silêncio me escuta
Esta voz vinda do nada
Onde o fado é mais verdade
Conquistando cada luta
Que pena, minha mãe que pena
Quero-te aqui ao meu lado
P'ra poder cantar p'ra ti
Nesta paz calma e serena
Minha mãe, está consumado
Foi p’ró fado que eu nasci
Repertório de Luísa Nascimento
Minha mãe, graças a Deus
O meu sonho de menina
Está agora consumado
Sou feliz junto dos meus
Talvez sorte, talvez sina
Entreguei-me toda ao fado
Vejo em cada madrugada
Lágrimas de uma saudade
Quem em silêncio me escuta
Esta voz vinda do nada
Onde o fado é mais verdade
Conquistando cada luta
Que pena, minha mãe que pena
Quero-te aqui ao meu lado
P'ra poder cantar p'ra ti
Nesta paz calma e serena
Minha mãe, está consumado
Foi p’ró fado que eu nasci
Depois de ti
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Depois de ti não sei quantas
Cruzaram o meu caminho
Foram tantas, tantas, tantas
Que nem a soma adivinho
Hoje que todas passaram
Vejo que tu continuas
Pois juntas, não me deixaram
Saudades iguais às tuas
Agora sim dou valor
Ao ditado verdadeiro
Que diz que não há amor
Que se compare ao primeiro
Depois de ti, não sei quantos
Quantos amores conheci
Foram tantos, tantos, tantos
Que a conta já lhes perdi
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Depois de ti não sei quantas
Cruzaram o meu caminho
Foram tantas, tantas, tantas
Que nem a soma adivinho
Hoje que todas passaram
Vejo que tu continuas
Pois juntas, não me deixaram
Saudades iguais às tuas
Agora sim dou valor
Ao ditado verdadeiro
Que diz que não há amor
Que se compare ao primeiro
Depois de ti, não sei quantos
Quantos amores conheci
Foram tantos, tantos, tantos
Que a conta já lhes perdi
O passeio dos tristes
Carlos Leitão / Paulo Paz
Repertório de Carlos Leitão
Batemos no peito, cantamos o hino
Ouvimos conversas à hora da bica
Juramos ‘star juntos, haja o que houver
Vendemos os sonhos a um euro destino
Que arregaça as mangas p’ra nos dar a pica
E dar cabo dos vivos, venha quem vier
À hora d'almoço, o noticiário
Diz o seu contrário num copo de vinho
Brindamos à urgência que agora fechou
E o Ronaldo, sózinho, foi quem nos salvou
Palestras d’amor e de auto-ajuda
Fiéis seguidores do mais perentório
Que posta e reposta por mais inclusão
Se é dia de greve, não há quem acuda
E a palavra d'honra é o contraditório
Dos tais veraneantes da abstenção
O jantar está na mesa, rezamos a Deus
Comemos os preços mais gordos do IVA
Amargos de boca são p’ra mastigar
É a experiência merecida por cá andar
E há uns paladinos que dizem saber
Dos novos caminhos que ‘stão por fazer
Dormimos com eles à espera que o dia
Dê graças à luz e à democracia;
E se a liberdade for condicional
Seguimos p'ra Bingo
Repertório de Carlos Leitão
Batemos no peito, cantamos o hino
Ouvimos conversas à hora da bica
Juramos ‘star juntos, haja o que houver
Vendemos os sonhos a um euro destino
Que arregaça as mangas p’ra nos dar a pica
E dar cabo dos vivos, venha quem vier
À hora d'almoço, o noticiário
Diz o seu contrário num copo de vinho
Brindamos à urgência que agora fechou
E o Ronaldo, sózinho, foi quem nos salvou
Palestras d’amor e de auto-ajuda
Fiéis seguidores do mais perentório
Que posta e reposta por mais inclusão
Se é dia de greve, não há quem acuda
E a palavra d'honra é o contraditório
Dos tais veraneantes da abstenção
O jantar está na mesa, rezamos a Deus
Comemos os preços mais gordos do IVA
Amargos de boca são p’ra mastigar
É a experiência merecida por cá andar
E há uns paladinos que dizem saber
Dos novos caminhos que ‘stão por fazer
Dormimos com eles à espera que o dia
Dê graças à luz e à democracia;
E se a liberdade for condicional
Seguimos p'ra Bingo
Viva Portugal
O Júlio pescador
Carlos Bessa / Júlio Proença *fado proença*
Repertório de José Barbosa
Fez-se ao mar pela noitinha
Foi à pesca da sardinha
No barco Maria Estela
Nome de sua mulher
Que na vida tanto quer
E não deseja perdê-la
Já bem longe d’Afurada
No pulsar da madrugada
O Júlio põe-se a pensar;
Foi tudo, p’ra ser alguém
Seus pais que Deus lá tem
Disso podem se orgulhar
Assobia um lindo fado
Por Manuel Dias cantado
"Amor de pai" que é tão lindo
E enquanto ele vai pescando
As gaivotas vão cantando
E as estrelas reluzindo
Cansado, de manhãzinha
Na lota vende a sardinha
Co’a mulher no seu pregão
Grita alto o velho Roque
Filha do Quim do reboque
Mantém viva a tradição
Chega enfim, sábado à noite
O Júlio procura acoite
Numa tasca pequenina
Nessa noite ali há fado
Com a mulher a seu lado
Faz do fado a sua sina
Repertório de José Barbosa
Fez-se ao mar pela noitinha
Foi à pesca da sardinha
No barco Maria Estela
Nome de sua mulher
Que na vida tanto quer
E não deseja perdê-la
Já bem longe d’Afurada
No pulsar da madrugada
O Júlio põe-se a pensar;
Foi tudo, p’ra ser alguém
Seus pais que Deus lá tem
Disso podem se orgulhar
Assobia um lindo fado
Por Manuel Dias cantado
"Amor de pai" que é tão lindo
E enquanto ele vai pescando
As gaivotas vão cantando
E as estrelas reluzindo
Cansado, de manhãzinha
Na lota vende a sardinha
Co’a mulher no seu pregão
Grita alto o velho Roque
Filha do Quim do reboque
Mantém viva a tradição
Chega enfim, sábado à noite
O Júlio procura acoite
Numa tasca pequenina
Nessa noite ali há fado
Com a mulher a seu lado
Faz do fado a sua sina
Espera de toiros
Mote: Carlos Conde / Glosa: Henrique Rego / Popular fado corrido
Nesse domingo de agosto
Foi linda a espera de gado
Desde manhã ao sol posto
Houve alma, Toiros e Fado
Manhã cedo ainda se ouviam
Repertório de Manuel de Almeida
Esta letra, com o título original *Tarde de toiros* sofreu algumas
alterações na gravação e para além disso a 2a estrofe não foi gravada
Nesse domingo de agosto
Foi linda a espera de gado
Desde manhã ao sol posto
Houve alma, Toiros e Fado
Manhã cedo ainda se ouviam
Os roucos cantos dos galos
Já dos fogosos cavalos
Já dos fogosos cavalos
As guizeiras retiniam;
Os retiros já se viam
Os retiros já se viam
Engalanados com gosto
E o Sol, no seu régio posto
E o Sol, no seu régio posto
Brilhante como um tesoiro;
Abria o seu leque d’oiro
Nesse domingo de agosto
Campinos de matacões
Abria o seu leque d’oiro
Nesse domingo de agosto
Campinos de matacões
Gente nobre, gente fixe
P’la Calçada de Carriche
P’la Calçada de Carriche
Eram alvo de ovações;
Sob os fortes aguilhões
Sob os fortes aguilhões
O curro vinha domado
E o povo, entusiasmado
E o povo, entusiasmado
Dizia, de orgulho cheio;
Para os anais do toureio
Foi linda a espera de gado
Já tudo sabia ao certo
Para os anais do toureio
Foi linda a espera de gado
Já tudo sabia ao certo
Que nessa tarde, Fuentes
Lidava toiros valentes
Lidava toiros valentes
Das lezírias de Roberto;
O Sol era um lírio aberto
O Sol era um lírio aberto
No manto do céu exposto
E o povoléu, bem-disposto
E o povoléu, bem-disposto
Vira passar, em tipóias;
Mulheres lindas como jóias
Desde manhã ao sol posto
Campanudo e Patusquinho
Mulheres lindas como jóias
Desde manhã ao sol posto
Campanudo e Patusquinho
No retiro do Vilar
Encontravam-se a cantar
Encontravam-se a cantar
Desde manhã, bem cedinho;
Dos tonéis corria o vinho
Dos tonéis corria o vinho
Espumante, avermelhado
Tudo estava inebriado
Tudo estava inebriado
Tudo vivia num sonho
Pois nesse dia risonho
Houve alma, Toiros e Fado
Pois nesse dia risonho
Houve alma, Toiros e Fado
Silêncio
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Silêncio, cala-te vento
Não chores mais p’lo caminho
Consente que este lamento
Feito do meu sofrimento
Chore no mundo sozinho
Silêncio, cala-te mar
P’ra quê bater nesse jeito
Se não chegas p’ra abafar
As penas do meu penar
No marasmo do meu peito
Silêncio, chuva que é tanto
O pranto dos olhos meus
Que até mesmo quando canto
É maior todo o meu pranto
Que todo o pranto dos céus
Silêncio, que a tempestade
Que em meu peito se agitou
Tem mais força, mais vontade
Porque é feita da saudade
Que um grande amor me deixou
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Silêncio, cala-te vento
Não chores mais p’lo caminho
Consente que este lamento
Feito do meu sofrimento
Chore no mundo sozinho
Silêncio, cala-te mar
P’ra quê bater nesse jeito
Se não chegas p’ra abafar
As penas do meu penar
No marasmo do meu peito
Silêncio, chuva que é tanto
O pranto dos olhos meus
Que até mesmo quando canto
É maior todo o meu pranto
Que todo o pranto dos céus
Silêncio, que a tempestade
Que em meu peito se agitou
Tem mais força, mais vontade
Porque é feita da saudade
Que um grande amor me deixou
Fado Toninho
Letra e música de Pedro da Silva Martins
Repertório do grupo *Deolinda
Dizem que é mau, que faz e acontece
Arma confusão e o diabo a sete
Agarrem-me que eu vou-me a ele
Nem sei o que lhe faço
Desgrenho os cabelos
Esborrato os lábios
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho és fraco p’ra mim
De peito feito ele ginga o passo
Arregaça as mangas e escarra pró lado
Anda lá, ó meu cobardolas
Vem cá mano a mano
Eu faço e aconteço
Eu posso, eu mando
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho sou tão má p'ra ti
Ó meu rapazinho eu digo assim
Se não me seguram dou cabo de ti
Repertório do grupo *Deolinda
Dizem que é mau, que faz e acontece
Arma confusão e o diabo a sete
Agarrem-me que eu vou-me a ele
Nem sei o que lhe faço
Desgrenho os cabelos
Esborrato os lábios
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho és fraco p’ra mim
De peito feito ele ginga o passo
Arregaça as mangas e escarra pró lado
Anda lá, ó meu cobardolas
Vem cá mano a mano
Eu faço e aconteço
Eu posso, eu mando
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho sou tão má p'ra ti
Ó meu rapazinho eu digo assim
Se não me seguram dou cabo de ti
Feitiços do fado
Carlos Baleia / Arménio de Melo
Repertório de Adriano Pina
Rua que é de não sei quem
Onde existe um pelourinho
E os passos que dou, se calam
Espaço meu e de ninguém
Esta rua onde caminho
Com silêncios que me falam
A luz baça dos recantos
Sabe histórias sem ter fim
Da rua misteriosa
E há suspeitas que num canto
Onde há bancos de jardim
A rua é mais carinhosa
Tudo pode acontecer
Nesta rua que os meus passos
Não se cansam de pisar
Pode-se amar e nascer
Num viver de estranhos laços
E fatalmente, cantar
Rua louca, doida rua
Vinda do tempo passado
Em transportes de ilusão
Em ti passo à luz da lua
Quando os feitiços do fado
Me falam ao coração
Repertório de Adriano Pina
Rua que é de não sei quem
Onde existe um pelourinho
E os passos que dou, se calam
Espaço meu e de ninguém
Esta rua onde caminho
Com silêncios que me falam
A luz baça dos recantos
Sabe histórias sem ter fim
Da rua misteriosa
E há suspeitas que num canto
Onde há bancos de jardim
A rua é mais carinhosa
Tudo pode acontecer
Nesta rua que os meus passos
Não se cansam de pisar
Pode-se amar e nascer
Num viver de estranhos laços
E fatalmente, cantar
Rua louca, doida rua
Vinda do tempo passado
Em transportes de ilusão
Em ti passo à luz da lua
Quando os feitiços do fado
Me falam ao coração
Vidas sem sentido
Fernanda do Carmo / Franklim Godinho *fado franklim*
Repertório de Artur Batalha
Se nasci sem ter idade
Recuso-me a ser quem sou
Pois só conheço a verdade
No ventre que me gerou
Meu nome nasceu na voz
Num grito bravio, oculto
Transformou-se num algoz
Que se encarnou no meu vulto
Sou estátua onde o escultor
Não pôs traços de beleza
Pedra bruta sem valor
Que a natureza despreza
Quem desconhece os dilemas
De quem vive sem sentido
Não pode entender poemas
Do autor desconhecido
Repertório de Artur Batalha
Se nasci sem ter idade
Recuso-me a ser quem sou
Pois só conheço a verdade
No ventre que me gerou
Meu nome nasceu na voz
Num grito bravio, oculto
Transformou-se num algoz
Que se encarnou no meu vulto
Sou estátua onde o escultor
Não pôs traços de beleza
Pedra bruta sem valor
Que a natureza despreza
Quem desconhece os dilemas
De quem vive sem sentido
Não pode entender poemas
Do autor desconhecido
Tempo
Fernando Pessoa / Tiago Machado
Repertório de Liana
A terra é sem vida, e nada
Vive mais que o coração
E envolve-te a terra fria
E a minha saudade não
Leve sombra, vais no chão
A passar sem teres ser
És como o meu coração
Que sente sem nada ter
Ó tempo, tu que nos trazes
Tudo o que na vida vem
Porque não vens a matar
Quem já nem saudades tem
Duas vezes jurei ser
O que não julgo que sou
Só para desconhecer
Que não sei por onde vou
Se morrendo eu acabar
E nada restar de mim
Não t' esqueças de lembrar
Que só te esqueci assim
Repertório de Liana
A terra é sem vida, e nada
Vive mais que o coração
E envolve-te a terra fria
E a minha saudade não
Leve sombra, vais no chão
A passar sem teres ser
És como o meu coração
Que sente sem nada ter
Ó tempo, tu que nos trazes
Tudo o que na vida vem
Porque não vens a matar
Quem já nem saudades tem
Duas vezes jurei ser
O que não julgo que sou
Só para desconhecer
Que não sei por onde vou
Se morrendo eu acabar
E nada restar de mim
Não t' esqueças de lembrar
Que só te esqueci assim
Natal
Vasco Lima Couto / Júlio Proença *fado esmeraldinha*
Repertorio de Jorge Baptista da Silva
A casa era uma gruta iluminada
Que falava as palavras do momento
Era o tempo da lei que se encontrava
No respirar dum terno pensamento
Os pequenos pastores riam à vida
Correndo escadas que iam ter a um rio
Abrindo a voz à sede apetecida
Brincando fomes que não tinham frio
Os velhos regressavam do céu liso
E paravam na fonte da alegria
Com seus olhos de rugas de sorriso
Para que o sol amanhecesse o dia
Era tão longo o coração do espaço
Entre animais de Deus que o barro aquece
Que a fortuna do amor era um abraço
Por isso é que o Natal nos apetece
Repertorio de Jorge Baptista da Silva
A casa era uma gruta iluminada
Que falava as palavras do momento
Era o tempo da lei que se encontrava
No respirar dum terno pensamento
Os pequenos pastores riam à vida
Correndo escadas que iam ter a um rio
Abrindo a voz à sede apetecida
Brincando fomes que não tinham frio
Os velhos regressavam do céu liso
E paravam na fonte da alegria
Com seus olhos de rugas de sorriso
Para que o sol amanhecesse o dia
Era tão longo o coração do espaço
Entre animais de Deus que o barro aquece
Que a fortuna do amor era um abraço
Por isso é que o Natal nos apetece
Até sempre
Letra de Manuel de Andrade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Quando chegar a hora da partida
Ordenada por Deus omnipotente
Quando os anjos cantarem nova vida
O meu fado talvez seja diferente
E quando for a festa do meu dia
No mundo imaginário que sonhei
Quero beber o vinho d’alegria
E abraçar os amigos que encontrei
Suspenso no meu fado, nem reparo
No tempo de marcar a minha vez
Quero morder o pão que me foi raro
Nesta minha passagem com vocês
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Quando chegar a hora da partida
Ordenada por Deus omnipotente
Quando os anjos cantarem nova vida
O meu fado talvez seja diferente
E quando for a festa do meu dia
No mundo imaginário que sonhei
Quero beber o vinho d’alegria
E abraçar os amigos que encontrei
Suspenso no meu fado, nem reparo
No tempo de marcar a minha vez
Quero morder o pão que me foi raro
Nesta minha passagem com vocês
Pátria
Miguel Torga / Tiago Machado
Repertório de Liana
Foste um mundo no mundo e és agora
O resto que de ti
Já não posso perder
A terra, o mar e o céu
Que todo eu sei conhecer
Foste um sonho redondo e és agora
Um palmo de amargura retornada
Amargura que em mim
Também nunca tem fim
Por ter sido comigo batizada
Hoje…
Sei apenas gostar
De uma nesga de terra
Debruada de mar
Foste um destino aberto e és agora
Repertório de Liana
Foste um mundo no mundo e és agora
O resto que de ti
Já não posso perder
A terra, o mar e o céu
Que todo eu sei conhecer
Foste um sonho redondo e és agora
Um palmo de amargura retornada
Amargura que em mim
Também nunca tem fim
Por ter sido comigo batizada
Hoje…
Sei apenas gostar
De uma nesga de terra
Debruada de mar
Foste um destino aberto e és agora
Um destino fechado
Destino igual ao meu
Amortalhado nesta luz
De incerteza e de certeza
Que vem do sol presente e do passado
Destino igual ao meu
Amortalhado nesta luz
De incerteza e de certeza
Que vem do sol presente e do passado
O barco vai de saída
Letra e música de Fausto Bordalo Dias
Repertório de Fausto
O barco vai de saída
Adeus ó cais de Alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P’ra lá da loucura
P’ra lá do equador
Ah! mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
Da pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas. ai quebra mar
Com tantos perigos. ai minha vida
Tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
Sem contar essa história escondida
Por servir de criado a essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado, foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Gingão de roda batida
Corsário sem cruzado
Ao som do baile mandado
Em terras de pimenta e maravilha
Com sonhos de prata e fantasia
Com sonhos da cor do arco-íris
Desvairas se os vires
Desvairas magia
Já tenho a vela enfunada
Marrano sem vergonha
Judeu sem coisa, sem fronha
Vou de viagem, ai que largada
Só vejo cores, ai que alegria
Só vejo piratas e tesouros
São pratas são ouros
São noites são dias
Vou no espantoso trono das águas
Vou no tremendo assopro dos ventos
Vou por cima dos meus pensamentos
Arrepia, arrepia
E arrepia sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
O mar das águas ardendo
O delírio dos céus
A fúria do barlavento
Arreia a vela e vai marujo ao leme
Vira o barco e cai marujo ao mar
Vira o barco na curva da morte
Olha a minha sorte
Olha o meu azar
E depois do barco virado
Grandes urros e gritos
Na salvação dos aflitos
Esfola, mata, agarra, ai quem me ajuda
Reza, implora, escapa, ai que pagode
Reza tremem heróis e eunucos
São mouros são turcos
São mouros acode
Aquilo é uma tempestade medonha
Aquilo vai para lá do que é eterno
Aquilo era o retrato do inferno
Vai ao fundo, vai ao fundo
E vai ao fundo sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Repertório de Fausto
O barco vai de saída
Adeus ó cais de Alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P’ra lá da loucura
P’ra lá do equador
Ah! mas que ingrata ventura
Bem me posso queixar
Da pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas. ai quebra mar
Com tantos perigos. ai minha vida
Tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida
Sem contar essa história escondida
Por servir de criado a essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado, foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Gingão de roda batida
Corsário sem cruzado
Ao som do baile mandado
Em terras de pimenta e maravilha
Com sonhos de prata e fantasia
Com sonhos da cor do arco-íris
Desvairas se os vires
Desvairas magia
Já tenho a vela enfunada
Marrano sem vergonha
Judeu sem coisa, sem fronha
Vou de viagem, ai que largada
Só vejo cores, ai que alegria
Só vejo piratas e tesouros
São pratas são ouros
São noites são dias
Vou no espantoso trono das águas
Vou no tremendo assopro dos ventos
Vou por cima dos meus pensamentos
Arrepia, arrepia
E arrepia sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
O mar das águas ardendo
O delírio dos céus
A fúria do barlavento
Arreia a vela e vai marujo ao leme
Vira o barco e cai marujo ao mar
Vira o barco na curva da morte
Olha a minha sorte
Olha o meu azar
E depois do barco virado
Grandes urros e gritos
Na salvação dos aflitos
Esfola, mata, agarra, ai quem me ajuda
Reza, implora, escapa, ai que pagode
Reza tremem heróis e eunucos
São mouros são turcos
São mouros acode
Aquilo é uma tempestade medonha
Aquilo vai para lá do que é eterno
Aquilo era o retrato do inferno
Vai ao fundo, vai ao fundo
E vai ao fundo sim senhor
Que vida boa era a de Lisboa
Desejos
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sempre que alcachofras queimo
Na noite de S. João
No mesmo desejo teimo
Voltar ao teu coração
E sempre que um malmequer
Desfolho em tua intenção
Desejo que um bem-me-quer
Me saia na solução
Sempre que o dia termina
Quando a noite se avizinha
Um desejo me domina
Que voltes de manhãzinha
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sempre que alcachofras queimo
Na noite de S. João
No mesmo desejo teimo
Voltar ao teu coração
E sempre que um malmequer
Desfolho em tua intenção
Desejo que um bem-me-quer
Me saia na solução
Sempre que o dia termina
Quando a noite se avizinha
Um desejo me domina
Que voltes de manhãzinha
Perto
Letra e música de Afonso Cabral
Repertório de Cristina Branco
Vi uma voz tão magra e seca
Um tom veloz, eternamente teu
Ouvi as tuas mãos pousadas na mesa
Um silêncio que solta "eu estou tão bem aqui"
Repertório de Cristina Branco
Vi uma voz tão magra e seca
Um tom veloz, eternamente teu
Ouvi as tuas mãos pousadas na mesa
Um silêncio que solta "eu estou tão bem aqui"
Já nem preciso estar
Tão perto assim para te ver
Toquei no teu olhar
Sempre a espreitar o tormento
Pesado e invulgar
Tão cauteloso e ternurento
Provei as tuas palavras
Indecisas, noite fora
Já nem preciso estar
Tão perto assim para te ver
Tão perto assim para te ver
Toquei no teu olhar
Sempre a espreitar o tormento
Pesado e invulgar
Tão cauteloso e ternurento
Provei as tuas palavras
Indecisas, noite fora
Já nem preciso estar
Tão perto assim para te ver
Ode às canções tristes
Carlos Baleia / Arménio de Melo
Repertório de Jorge Batista da Silva
Não sei se era jazz ou fado o que se ouvia
Nos sons que chegavam das noites friorentas
E se viriam da Bronx, Queens ou Mouraria
Em desassossegos de alma, tão pungentes
Não vi em redor latões com fogo ardendo
Consolando na noite a gente enregelada
Nem sombras que se fossem escondendo
Tão só vozes de fado ou jazz, a vir do nada
Porque cantam de tristeza os infelizes
Transformando fealdade em coisa linda
Pondo na sua dor doces matizes
E dando à alma uma ternura infinda?
Um som de jazz, em revolta, sufocado
Com notas de sofrimento ou ilusão
Vem irmanar-se a um estilar de fado
Em ladainhas da sua condição
Nítido, chega o fado/jazz de algodão
Do escravo, marinheiro, carregador
Cujas vozes de perto conhecem a paixão
E nela cantam seus segredos de amor
Mistérios musicais na noite desvendados
Solitárias dores de uma humanidade
Em nostálgicas notas, acordes magoados
Assim servidos numa taça de saudade
Repertório de Jorge Batista da Silva
Não sei se era jazz ou fado o que se ouvia
Nos sons que chegavam das noites friorentas
E se viriam da Bronx, Queens ou Mouraria
Em desassossegos de alma, tão pungentes
Não vi em redor latões com fogo ardendo
Consolando na noite a gente enregelada
Nem sombras que se fossem escondendo
Tão só vozes de fado ou jazz, a vir do nada
Porque cantam de tristeza os infelizes
Transformando fealdade em coisa linda
Pondo na sua dor doces matizes
E dando à alma uma ternura infinda?
Um som de jazz, em revolta, sufocado
Com notas de sofrimento ou ilusão
Vem irmanar-se a um estilar de fado
Em ladainhas da sua condição
Nítido, chega o fado/jazz de algodão
Do escravo, marinheiro, carregador
Cujas vozes de perto conhecem a paixão
E nela cantam seus segredos de amor
Mistérios musicais na noite desvendados
Solitárias dores de uma humanidade
Em nostálgicas notas, acordes magoados
Assim servidos numa taça de saudade
Tempos idos
Mote de J. Guimarães / Glosa de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando uma guitarra harpeja
O fado – canção dolente
Sentimos o quer que seja
A chorar dentro da gente
Entre a guitarra e o passado
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Quando uma guitarra harpeja
O fado – canção dolente
Sentimos o quer que seja
A chorar dentro da gente
Entre a guitarra e o passado
Há tão grande afinidade
Que me parece a saudade
Que me parece a saudade
Ser irmã gémea do Fado;
Meu pensamento enlevado
Meu pensamento enlevado
Num anseio que brotoeja
De alma triste que voeja
De alma triste que voeja
Mais subtil que a fragrância;
Rompe as brumas da distância
Quando uma guitarra harpeja
Então, distante, esquecido
Rompe as brumas da distância
Quando uma guitarra harpeja
Então, distante, esquecido
De mim próprio, do meu ser
Eis-me de novo a viver
Eis-me de novo a viver
Tudo o que tenho vivido;
E no brilho amortecido
E no brilho amortecido
Do meu olhar que foi quente
Persuasivo, eloquente
Persuasivo, eloquente
Arde esse antigo fulgor
Se alguém canta com amor
O fado – canção dolente
Recordar com devoção
Se alguém canta com amor
O fado – canção dolente
Recordar com devoção
Um pretérito bendito
É conter o infinito
É conter o infinito
No espaço dum coração;
Quando a eterna evocação
Quando a eterna evocação
Dum bem perdido se almeja
A alma risonha lampeja
A alma risonha lampeja
E num pulsar contrafeito
A bater dentro do peito
Sentimos o quer que seja
Manuel da Mota, Serrano
A bater dentro do peito
Sentimos o quer que seja
Manuel da Mota, Serrano
António Rosa, Ginguinha
Não pode a vida mesquinha
Não pode a vida mesquinha
Olvidar seu estro ufano;
O Fado é triste, é humano
O Fado é triste, é humano
Evocativo, fremente
Por andarem tristemente
Por andarem tristemente
Saudosas, meigas, discretas;
As almas desses poetas
A chorar dentro da gente
As almas desses poetas
A chorar dentro da gente
Vejam bem
Letra e música de José Afonso
Repertório do autor
Vejam bem
Que não há só gaivotas em terra
Quando um homem se põe a pensar
Quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
Dorme à noite ao relento na areia
Dorme à noite ao relento no mar
Dorme à noite ao relento no mar
E se houver
Uma praça de gente ma dura
E uma estátua
E uma estátua de febre a arder
Anda alguém
Pela noite de breu à procura
E não há quem lhe queira valer
Vejam bem
Daquele homem, a fraca figura
Desbravando os caminhos do pão
Desbravando os caminhos do pão
E se houver
Uma praça de gente madura
Ninguém vai levantá-lo do chão
Ninguém vai levantá-lo do chão
Repertório do autor
Vejam bem
Que não há só gaivotas em terra
Quando um homem se põe a pensar
Quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
Dorme à noite ao relento na areia
Dorme à noite ao relento no mar
Dorme à noite ao relento no mar
E se houver
Uma praça de gente ma dura
E uma estátua
E uma estátua de febre a arder
Anda alguém
Pela noite de breu à procura
E não há quem lhe queira valer
Vejam bem
Daquele homem, a fraca figura
Desbravando os caminhos do pão
Desbravando os caminhos do pão
E se houver
Uma praça de gente madura
Ninguém vai levantá-lo do chão
Ninguém vai levantá-lo do chão
Fado do beijo
Hugo Costa / Viviane e Tó Viegas
Repertório de Viviane
Beija, mas sem me aleijar
Um beijo na cara deixa a desejar
Beijo que é beijo é como o desejo
Sonhar com um beijo e não acordar
Beija sem perdoar
À beira do Tejo
À porta de um bar
Porque te queixas
Dos beijos que beijas
E eu só te vejo
Beijar e beijar
Beija… é sem compromisso
Se os outros falarem não ligues a isso
Ai como eu desejo, chegado o ensejo
Prender-te num beijo e não te largar
Repertório de Viviane
Beija, mas sem me aleijar
Um beijo na cara deixa a desejar
Beijo que é beijo é como o desejo
Sonhar com um beijo e não acordar
Beija sem perdoar
À beira do Tejo
À porta de um bar
Porque te queixas
Dos beijos que beijas
E eu só te vejo
Beijar e beijar
Beija… é sem compromisso
Se os outros falarem não ligues a isso
Ai como eu desejo, chegado o ensejo
Prender-te num beijo e não te largar
Namoro
Viriato da Cruz / Fausto Bordalo Dias
Repertório de Fausto
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
E com letra bonita eu disse que ela tinha
Um sorrir luminoso tão quente e gaiato
Como o sol de novembro brincando de artista
Nas acácias floridas
Espalhando diamantes na fímbria do mar
E dando calor ao sumo das mangas
Sua pele macia era sumaúma
Sua pele macia da cor do jambo
Cheirando a rosas, sua pele macia
Guardava as doçuras do corpo rijo
Tão rijo e tão doce como um maboque
Repertório de Fausto
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
E com letra bonita eu disse que ela tinha
Um sorrir luminoso tão quente e gaiato
Como o sol de novembro brincando de artista
Nas acácias floridas
Espalhando diamantes na fímbria do mar
E dando calor ao sumo das mangas
Sua pele macia era sumaúma
Sua pele macia da cor do jambo
Cheirando a rosas, sua pele macia
Guardava as doçuras do corpo rijo
Tão rijo e tão doce como um maboque
Seus seios laranjas, laranjas do Loge
Seus dentes marfim
Mandei-lhe essa carta e ela disse que não
Mandei-lhe um cartão
Seus dentes marfim
Mandei-lhe essa carta e ela disse que não
Mandei-lhe um cartão
Que o amigo maninho tipografou;
Por ti sofre o meu coração
Num canto 'sim', noutro canto 'não'
E ela o canto do 'não', dobrou
Mandei-lhe um recado pela Zefa do sete
Pedindo e rogando de joelhos no chão
P’la Sra. do Cabo, p’la Sta Efigénia
Me desse a ventura do seu namoro
E ela disse que não
Mandei a avó Xica, quimbanda de fama
A areia da marca que o seu pé deixou
Para que fizesse um feitiço forte e seguro
Que nela nascesse um amor como o meu
E o feitiço falhou
Esperei-a de tarde à porta da fábrica
Ofertei-lhe um colar, e um anel e um broche
Paguei-lhe doces na Calçada da Missão
Ficámos num banco do Largo da Estátua
Afaguei-lhe as mãos, falei-lhe de amor
E ela disse que não
Andei barbado, sujo e descalço
Como um monangamba, procuraram por mim
não viu, ai não viu, não viu Benjamim
E perdido me deram no Morro da Samba
Para me distrair levaram-me ao baile
Do Sô. Januário, mas ela lá estava
Num canto a rir, contando o meu caso
Às moças mais lindas do Bairro Operário
Tocaram uma rumba e dancei com ela
E num passo maluco voamos na sala
Qual uma estrela riscando o céu
e a malta gritou 'Aí Benjamim'
Olhei-a nos olhos, sorriu para mim
Pedi-lhe um beijo, lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá
E ela disse que sim
Por ti sofre o meu coração
Num canto 'sim', noutro canto 'não'
E ela o canto do 'não', dobrou
Mandei-lhe um recado pela Zefa do sete
Pedindo e rogando de joelhos no chão
P’la Sra. do Cabo, p’la Sta Efigénia
Me desse a ventura do seu namoro
E ela disse que não
Mandei a avó Xica, quimbanda de fama
A areia da marca que o seu pé deixou
Para que fizesse um feitiço forte e seguro
Que nela nascesse um amor como o meu
E o feitiço falhou
Esperei-a de tarde à porta da fábrica
Ofertei-lhe um colar, e um anel e um broche
Paguei-lhe doces na Calçada da Missão
Ficámos num banco do Largo da Estátua
Afaguei-lhe as mãos, falei-lhe de amor
E ela disse que não
Andei barbado, sujo e descalço
Como um monangamba, procuraram por mim
não viu, ai não viu, não viu Benjamim
E perdido me deram no Morro da Samba
Para me distrair levaram-me ao baile
Do Sô. Januário, mas ela lá estava
Num canto a rir, contando o meu caso
Às moças mais lindas do Bairro Operário
Tocaram uma rumba e dancei com ela
E num passo maluco voamos na sala
Qual uma estrela riscando o céu
e a malta gritou 'Aí Benjamim'
Olhei-a nos olhos, sorriu para mim
Pedi-lhe um beijo, lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá
E ela disse que sim
Tenho olhos de saudade
Carlos Baleia / Arménio de Melo
Repertório de Margarida Soeiro
Tenho choro em minha alma
Algo que não sei explicar
Suave dor, doce e calma
Com vontade de cantar
Tenho olhos de saudade
Que me obrigam a amar
Tenho as palavras sofridas
De coisas que não entendo
E horas nunca esquecidas
Nas ilusões que vou tendo
Tenho olhos de saudade
No fado que vou vivendo
Tenho Tejo, céu e mar
Uma cidade encantada
Tenho alma para chorar
Não preciso de mais nada
Tenho olhos de saudade
Numa guitarra abraçada
Tenho um falar especial
Partilhado, vagabundo
Que não sendo nunca igual
É português bem profundo
Tenho olhos de saudade
E um fado maior que o mundo
Repertório de Margarida Soeiro
Tenho choro em minha alma
Algo que não sei explicar
Suave dor, doce e calma
Com vontade de cantar
Tenho olhos de saudade
Que me obrigam a amar
Tenho as palavras sofridas
De coisas que não entendo
E horas nunca esquecidas
Nas ilusões que vou tendo
Tenho olhos de saudade
No fado que vou vivendo
Tenho Tejo, céu e mar
Uma cidade encantada
Tenho alma para chorar
Não preciso de mais nada
Tenho olhos de saudade
Numa guitarra abraçada
Tenho um falar especial
Partilhado, vagabundo
Que não sendo nunca igual
É português bem profundo
Tenho olhos de saudade
E um fado maior que o mundo
Coração peregrino
*Manhã fria*
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Manhã fria, nevoeiro
Abandono, solidão
Donde vens tu caminheiro?
P’ra onde vais coração?
Neste sombrio caminho
Andas perdido decerto
Tão distante do carinho
E da desgraça tão perto
Eu não sei o que procuras
Mas não te invejo a jornada
Andar na vida às escuras
É andar buscando o nada
Se é o amor que te faz
Solitário peregrino
Caminha porque és capaz
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Manhã fria, nevoeiro
Abandono, solidão
Donde vens tu caminheiro?
P’ra onde vais coração?
Neste sombrio caminho
Andas perdido decerto
Tão distante do carinho
E da desgraça tão perto
Eu não sei o que procuras
Mas não te invejo a jornada
Andar na vida às escuras
É andar buscando o nada
Se é o amor que te faz
Solitário peregrino
Caminha porque és capaz
De chegar ao teu destino
Na língua de Camões
Tiago Torres da Silva / Dulce Pontes
Repertório de Dulce Pontes
Não te posso amar
Sem te perguntar se já foste rio
Se és irmão das areias e das conchas
E dos peixes e do mar
Sou irmã do vento
O meu pensamento só se faz canção
Ao sentir-se irmão do que quer cantar
Ao olhar p’ra ti
Sei que te escolhi porque foste rio
Dei as mãos aos abraços e a boca
Aos beijos que eu ousei sonhar
Sou irmã de tudo, amor
O meu canto é mudo, amor
Se eu não conseguir
Chorar e sorrir sempre que cantar
Mas eis que o coração se torna transparente
Eis que o coração
Abriga os temporais que nascem no mar
E tudo é ser capaz de traduzir
Na língua das canções
Na minha voz, na tua voz
O som da água a passar
Repertório de Dulce Pontes
Não te posso amar
Sem te perguntar se já foste rio
Se és irmão das areias e das conchas
E dos peixes e do mar
Sou irmã do vento
O meu pensamento só se faz canção
Ao sentir-se irmão do que quer cantar
Ao olhar p’ra ti
Sei que te escolhi porque foste rio
Dei as mãos aos abraços e a boca
Aos beijos que eu ousei sonhar
Sou irmã de tudo, amor
O meu canto é mudo, amor
Se eu não conseguir
Chorar e sorrir sempre que cantar
Mas eis que o coração se torna transparente
Eis que o coração
Abriga os temporais que nascem no mar
E tudo é ser capaz de traduzir
Na língua das canções
Na minha voz, na tua voz
O som da água a passar
Fogaça, senhora minha
António Laranjeira/José Marques *fado triplicado*
Repertório de Lino Lobão
Foi no castelo da feira
Que uma linda fogaceira
Conheceu um trovador
Com profunda devoção
Fez a São Sebastião
Prometer o seu amor
Levando no seu regaço
Rosas vermelhas do paço
Vai ao palácio real
Fez bandeiras de papel
Rosas de Santa Isabel
Rainha de Portugal
Terras de Santa Maria
Condado da feira um dia
Aclama o voto sagrado
A fogaça pão de amor
Na mesa do lavrador
Tem por Deus o seu reinado
Fogaça, senhora minha
Em janeiro és rainha
Do teu povo trovador
Por decreto ou tradição
Vai o reino em procissão
Celebrar o teu sabor
Repertório de Lino Lobão
Foi no castelo da feira
Que uma linda fogaceira
Conheceu um trovador
Com profunda devoção
Fez a São Sebastião
Prometer o seu amor
Levando no seu regaço
Rosas vermelhas do paço
Vai ao palácio real
Fez bandeiras de papel
Rosas de Santa Isabel
Rainha de Portugal
Terras de Santa Maria
Condado da feira um dia
Aclama o voto sagrado
A fogaça pão de amor
Na mesa do lavrador
Tem por Deus o seu reinado
Fogaça, senhora minha
Em janeiro és rainha
Do teu povo trovador
Por decreto ou tradição
Vai o reino em procissão
Celebrar o teu sabor
Quadras do desdém
*do desprezo, da ironia*
Autor: Silva Tavares
Do livro Quem Canta, 1923Versos transcritos do livro editado pela
Academia da Guitarra e do Fado
Se é certo estar-te doendo
O coração, sinto bem
Que já se viva sofrendo
Daquilo que se não tem
D’andar contigo um mês todo
Pasmam pessoas amigas
Mas quem se atasca no lodo
Não sai com duas cantigas
Agora já não há meio
De reviver nosso amor
De graça, seria feio
Pagando, tenho melhor
Qu’importa que tu agora
Tenhas outro em meu lugar?
Aquilo que deito fora
Qualquer pode arrecadar
Já chorou por não ter cama
Tem carruagem, já ri
Ri, mas salpica de lama
Quem passa junto de si
Estava-te o padre casando
Disse alguém, nesse momento
Vão do batismo tratando
Deixem lá o casamento
Diga o mundo o que quiser
Mas, quer em casa ou nas ruas
Melhor do que uma mulher
Não há nada, como duas
Se é certo estar-te doendo
O coração, sinto bem
Que já se viva sofrendo
Daquilo que se não tem
D’andar contigo um mês todo
Pasmam pessoas amigas
Mas quem se atasca no lodo
Não sai com duas cantigas
Agora já não há meio
De reviver nosso amor
De graça, seria feio
Pagando, tenho melhor
Qu’importa que tu agora
Tenhas outro em meu lugar?
Aquilo que deito fora
Qualquer pode arrecadar
Já chorou por não ter cama
Tem carruagem, já ri
Ri, mas salpica de lama
Quem passa junto de si
Estava-te o padre casando
Disse alguém, nesse momento
Vão do batismo tratando
Deixem lá o casamento
Diga o mundo o que quiser
Mas, quer em casa ou nas ruas
Melhor do que uma mulher
Não há nada, como duas
Atrás dos meus cortinados
João Monge / João Gil
Repertório de Hélder Moutinho
Atrás dos meus cortinados
Estamos os dois condenados
Um ao outro a horas mortas
Se é a Deus que isto se deve
Ele lá sabe o que escreve
Direito por linhas tortas
Falam de nós, eu bem sei
Deste amor fora da lei
Sem destino nem altar
Somos a rosa colhida
No lado escuro da vida
Que só se dá ao luar
Não te sintas obrigado
A prometer que a meu lado
Nunca mais te vais embora
Atrás dos meus cortinados
Estamos os dois obrigados
A ser imortais agora
Repertório de Hélder Moutinho
Atrás dos meus cortinados
Estamos os dois condenados
Um ao outro a horas mortas
Se é a Deus que isto se deve
Ele lá sabe o que escreve
Direito por linhas tortas
Falam de nós, eu bem sei
Deste amor fora da lei
Sem destino nem altar
Somos a rosa colhida
No lado escuro da vida
Que só se dá ao luar
Não te sintas obrigado
A prometer que a meu lado
Nunca mais te vais embora
Atrás dos meus cortinados
Estamos os dois obrigados
A ser imortais agora
Falei-te longamente
Carlos Baleia / Arménio de Melo *fado graça*
Repertório de Jorge Batista da Silva
Falei-te longamente, sem palavras
No olhar aflito, preso ao teu olhar
E as minhas ilusões morreram escravas
Do teu adeus que não pude evitar
Explodiu em revolta a Natureza
Na raiva da partida injusta e má
Tempestade de dor e da certeza
De que posso morrer, ficando cá
Não sei se teu partir tem outras terras
Ou se partindo, ficas, indiferente
Sei que no peito sofro duras guerras
Que em mim querem viver eternamente
Digo hoje as palavras que calei:
Grito-as ao mar, ao vento e a quem passa,
Para que o mundo saiba como amei
E como quem amei, me deu desgraça
Repertório de Jorge Batista da Silva
Falei-te longamente, sem palavras
No olhar aflito, preso ao teu olhar
E as minhas ilusões morreram escravas
Do teu adeus que não pude evitar
Explodiu em revolta a Natureza
Na raiva da partida injusta e má
Tempestade de dor e da certeza
De que posso morrer, ficando cá
Não sei se teu partir tem outras terras
Ou se partindo, ficas, indiferente
Sei que no peito sofro duras guerras
Que em mim querem viver eternamente
Digo hoje as palavras que calei:
Grito-as ao mar, ao vento e a quem passa,
Para que o mundo saiba como amei
E como quem amei, me deu desgraça
Disse-te adeus sem saber
Letra de Silva Tavares
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Disse-te adeus, sem saber
Aquilo que sei agora:
Adeus não custa a dizer
O que custa é ir embora
Aquele adeus que eu te disse
Se pudesse desdizê-lo
Talvez nunca o repetisse
Ai! meu amor, podes crê-lo;
Foi preciso que fugisse
De ao pé de ti, a correr
Não sabia o que fazer
Nem sabia, meu encanto;
Que um adeus custava tanto
Disse-te adeus, sem saber
Desde então, eu, orgulhoso
Tu – orgulhosa como eu
Vivemos fora do céu
Do nosso sonho amoroso;
Num inferno pavoroso
Tombámos naquela hora
Só ciúme me devora
Só sinto torva agonia;
Por não saber, nesse dia
Aquilo que sei agora
Sei, embora tal não digas
Que vives contrariada
Que casaste despeitada
Que sabes que me castigas;
Sei que a dor a que me obrigas
Te faz também padecer
Que não consigo esconder
Que sou servo dos teus servos;
Tudo isto porque, com nervos
Adeus não custa a dizer
O que custa, se te vejo
E calar meu sofrimento
É fingir contentamento
É disfarçar o desejo;
O que custa, pois invejo
Aquele que hoje te adora
É ver-te andar, cá por fora;
Sorrindo, d’olhos em brasa
E, depois que entras em casa
O que custa é ir embora
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Disse-te adeus, sem saber
Aquilo que sei agora:
Adeus não custa a dizer
O que custa é ir embora
Aquele adeus que eu te disse
Se pudesse desdizê-lo
Talvez nunca o repetisse
Ai! meu amor, podes crê-lo;
Foi preciso que fugisse
De ao pé de ti, a correr
Não sabia o que fazer
Nem sabia, meu encanto;
Que um adeus custava tanto
Disse-te adeus, sem saber
Desde então, eu, orgulhoso
Tu – orgulhosa como eu
Vivemos fora do céu
Do nosso sonho amoroso;
Num inferno pavoroso
Tombámos naquela hora
Só ciúme me devora
Só sinto torva agonia;
Por não saber, nesse dia
Aquilo que sei agora
Sei, embora tal não digas
Que vives contrariada
Que casaste despeitada
Que sabes que me castigas;
Sei que a dor a que me obrigas
Te faz também padecer
Que não consigo esconder
Que sou servo dos teus servos;
Tudo isto porque, com nervos
Adeus não custa a dizer
O que custa, se te vejo
E calar meu sofrimento
É fingir contentamento
É disfarçar o desejo;
O que custa, pois invejo
Aquele que hoje te adora
É ver-te andar, cá por fora;
Sorrindo, d’olhos em brasa
E, depois que entras em casa
O que custa é ir embora
Um velho fado, encontrei
Carlos Baleia / Arménio de Melo *fado baleia*
Repertório de Adriano Pina
O meu fado anda sem sono
Preso na sombra que passa
Sombra ligeira e sem dono
Como ele ao abandono
Pelas ruas que tem a Graça
E ao caminhar pelas calçadas
Sabe Deus atrás de quem
Meu fado sobe as escadas
Onde ficaram gravadas
As sombras que a vida tem
Quando, já na Mouraria,
Em passos andou perdido
Pela rua estreita e sombria
Viu que outro fado vivia
Longe de tudo, escondido
Era um fado de Malhoa
Quadro ou fantasma acordado
Que ali ou na Madragoa
Ao cantar, era a Lisboa
Ciosa do seu passado
E esse canto que eu ouvi
Nessas sombras da cidade
Deu-me, Lisboa, de ti
Recados que deixo aqui
De um fado com outra idade
Repertório de Adriano Pina
O meu fado anda sem sono
Preso na sombra que passa
Sombra ligeira e sem dono
Como ele ao abandono
Pelas ruas que tem a Graça
E ao caminhar pelas calçadas
Sabe Deus atrás de quem
Meu fado sobe as escadas
Onde ficaram gravadas
As sombras que a vida tem
Quando, já na Mouraria,
Em passos andou perdido
Pela rua estreita e sombria
Viu que outro fado vivia
Longe de tudo, escondido
Era um fado de Malhoa
Quadro ou fantasma acordado
Que ali ou na Madragoa
Ao cantar, era a Lisboa
Ciosa do seu passado
E esse canto que eu ouvi
Nessas sombras da cidade
Deu-me, Lisboa, de ti
Recados que deixo aqui
De um fado com outra idade
Desenhei-te na memória
Vasco Lima Couto / Alfredo Duarte *fado pájem*
Repertório de Jorge Baptista da Silva
Desenhei-te na memória
Que tanta vida me esconde
Afirmaram que existias
Sei que existes, não sei onde
Na minha voz há uma lenda
Que não pertence a ninguém
E no coração um sol
Que não aquece o que tem
Não me digas ao deixar-me
Que me deixas, meu amor
Diz que me levas nos olhos
Com a sombra duma flor
O teu rosto é como a noite
Que envolve o cair do dia
Fecha todos os jardins
E abre a minha fantasia
Repertório de Jorge Baptista da Silva
Desenhei-te na memória
Que tanta vida me esconde
Afirmaram que existias
Sei que existes, não sei onde
Na minha voz há uma lenda
Que não pertence a ninguém
E no coração um sol
Que não aquece o que tem
Não me digas ao deixar-me
Que me deixas, meu amor
Diz que me levas nos olhos
Com a sombra duma flor
O teu rosto é como a noite
Que envolve o cair do dia
Fecha todos os jardins
E abre a minha fantasia
Foi hoje
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Perguntei hoje à saudade
Se era por ti que chorava
Disse que não e que andava
Comigo contra vontade
Perguntei aos olhos meus
Se dos teus se recordavam
Vi bem que não se lembravam
Dizendo: valha-te Deus
Aos meus braços e abraços
P’los teus braços perguntei
Ambos disseram: não sei
Desprendidos desses laços
Por isso hoje decidi
Mandar a saudade embora
Foi hoje e a partir d’agora
Já não me lembro de ti
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Perguntei hoje à saudade
Se era por ti que chorava
Disse que não e que andava
Comigo contra vontade
Perguntei aos olhos meus
Se dos teus se recordavam
Vi bem que não se lembravam
Dizendo: valha-te Deus
Aos meus braços e abraços
P’los teus braços perguntei
Ambos disseram: não sei
Desprendidos desses laços
Por isso hoje decidi
Mandar a saudade embora
Foi hoje e a partir d’agora
Já não me lembro de ti
Tenho a alma cheia de mar
Carlos Baleia / Arménio de Melo *fado invicto*
Repertório de Nadine Brás
Tenho a alma cheia de mar
Com ondas de perdição
Coração a transbordar
Em marés de uma paixão
Tenho vaivéns de ternura
Com medos de naufragar
A viver numa aventura
Com alma cheia de mar
Tenho ondas á cintura
Presas por algas marinhas
E uma rota de procura
Das emoções que eram minhas
Tenho cantos de atracão
Sem apelos à doçura
Onde um mar em turbilhão
Me pôs ondas à cintura
Tenho um amor à deriva
Pronto a bater nas rochas
Numa traineira furtiva
Onde falta a luz das tochas
Tenho a certeza banal
A rezar para que viva
E escape do temporal
Este amor que anda à deriva
Repertório de Nadine Brás
Tenho a alma cheia de mar
Com ondas de perdição
Coração a transbordar
Em marés de uma paixão
Tenho vaivéns de ternura
Com medos de naufragar
A viver numa aventura
Com alma cheia de mar
Tenho ondas á cintura
Presas por algas marinhas
E uma rota de procura
Das emoções que eram minhas
Tenho cantos de atracão
Sem apelos à doçura
Onde um mar em turbilhão
Me pôs ondas à cintura
Tenho um amor à deriva
Pronto a bater nas rochas
Numa traineira furtiva
Onde falta a luz das tochas
Tenho a certeza banal
A rezar para que viva
E escape do temporal
Este amor que anda à deriva
Noite, onde vais cheia de pressa?
Kalaf Epalanga / Mário Laginha
Repertório de Cristina Branco
Noite, onde vais cheia de pressa?
Não, não me saias daqui sem mim
O sol, ainda é a esfera de espelhos
E dançar fica-nos tão bem
O escuro, o vestido, o cálice
E uma mão de homem
A folha caída no meu dorso
E que navega às cegas
Meus olhos não pedem nada
Minha boca... esta sim
Quero que me mintas
Com esta alvura com que sorris
E se eu me chamasse rua
Seria uma rima toante
Seria hoje uma saudade
Que se esqueceu no cais
Repertório de Cristina Branco
Noite, onde vais cheia de pressa?
Não, não me saias daqui sem mim
O sol, ainda é a esfera de espelhos
E dançar fica-nos tão bem
O escuro, o vestido, o cálice
E uma mão de homem
A folha caída no meu dorso
E que navega às cegas
Meus olhos não pedem nada
Minha boca... esta sim
Quero que me mintas
Com esta alvura com que sorris
E se eu me chamasse rua
Seria uma rima toante
Seria hoje uma saudade
Que se esqueceu no cais
Num beijo disse-te adeus
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Num beijo disse-te adeus
E nesse beijo, meu Deus
Disse adeus à minha vida
Se vivo, não o desejo
Desde a hora desse beijo
Que foi nossa despedida
Num beijo, um beijo terno
Troquei o céu p’lo inferno
Fiz de mim sombra do que era
Quem diria, quem diria
Que um beijo trocaria
Por Inverno a Primavera
Num beijo, num beijo apenas
Parei as horas serenas
Da minha felicidade
Numa agonia constante
É que vivo desde o instante
Que abri meu peito à saudade
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Num beijo disse-te adeus
E nesse beijo, meu Deus
Disse adeus à minha vida
Se vivo, não o desejo
Desde a hora desse beijo
Que foi nossa despedida
Num beijo, um beijo terno
Troquei o céu p’lo inferno
Fiz de mim sombra do que era
Quem diria, quem diria
Que um beijo trocaria
Por Inverno a Primavera
Num beijo, num beijo apenas
Parei as horas serenas
Da minha felicidade
Numa agonia constante
É que vivo desde o instante
Que abri meu peito à saudade
Andam palavras fugindo
Carlos Baleia / Arménio de Melo
Repertório de Nadine Brás
Andam palavras fugindo
Com medo do que adivinham
E na fuga vão sentindo
Que a morte de um sonho lindo
São penas que se avizinham
Palavras que em vendaval
A cavalgar sentimentos
Numa corrida infernal
Sem começo nem final
São donas dos meus tormentos
Tão longe de mim andaram
Tão distantes da razão
Que sem palavras ficaram
Meus lábios, que assim deixaram
Fugir teus beijos de então
Secou a flor que era tua
Deste-me cardos para a vida
E as palavras vão pela rua
Falam de ti com a lua
Na noite triste e comprida
Repertório de Nadine Brás
Andam palavras fugindo
Com medo do que adivinham
E na fuga vão sentindo
Que a morte de um sonho lindo
São penas que se avizinham
Palavras que em vendaval
A cavalgar sentimentos
Numa corrida infernal
Sem começo nem final
São donas dos meus tormentos
Tão longe de mim andaram
Tão distantes da razão
Que sem palavras ficaram
Meus lábios, que assim deixaram
Fugir teus beijos de então
Secou a flor que era tua
Deste-me cardos para a vida
E as palavras vão pela rua
Falam de ti com a lua
Na noite triste e comprida
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